Rio de Janeiro sem condições para receber os Jogos Olímpicos, alertam médicos

Em causa sobrelotação das unidades de saúde, equipas médicas desfalcadas e falta de medicamentos.

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Os médicos alertam para a falta de recursos no Rio RICARDO MORAES/Reuters

O Sindicato dos Médicos brasileiros alertou que o Rio de Janeiro não tem condições para receber os Jogos Olímpicos 2016, falando em situações preocupantes como sobrelotação das unidades de saúde, equipas médicas desfalcadas e falta de medicamentos.

O alerta foi feito na quinta-feira, no seguimento de uma visita conjunta com o Conselho Regional de Medicina do Estado a algumas unidades de saúde municipais consideradas de referência para o atendimento durante os Jogos Olímpicos. O presidente do Sindicato dos Médicos, Jorge Dárze, revelou aos jornalistas que a visita mostrou uma "sobrelotação das unidades, principalmente nos sectores de emergência" e "equipas desfalcadas".

Além disso, acrescentou que foram identificados alguns casos de faltas ocasionais de medicamentos, soro e material cirúrgico. Jorge Dárze frisou que se trata de uma "situação grave" e sem "perspectiva de solução no curto prazo". As duas entidades questionaram ainda o período de formação dos profissionais de saúde para atender à procura durante o maior evento desportivo do mundo.

O presidente do Sindicato dos Médicos alertou que se houver uma ocorrência com múltiplas vítimas, como um acidente de trânsito ou confrontos entre apoiantes das equipas, as vítimas podem sofrer graves consequências por falta de organização. "É uma situação que nos constrange enquanto profissionais de saúde do Rio de Janeiro. Nós vemos as autoridades a afirmarem que está tudo bem, mas os profissionais que trabalham na saúde sabem que não é bem assim", reforçou.

Em declarações ao portal G1, o secretário de Saúde do município do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, negou problemas e disse que a cidade se preparou para o evento. Daniel Soranz informou que foram feitos vários investimentos na área da saúde, como a construção de mais de 150 novas unidades de saúde entre 2008 e 2016, o que duplicou a capacidade de resposta.