Carlos Costa e Centeno vão ser ouvidos sobre a CGD. Só não se sabe quando

Requerimentos para ouvir o governador e o ministro das Finanças foram aprovados. Audições são remetidas para a comissão de inquérito, ainda sem data.

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Carlos Costa vai voltar ao Parlamento Enric Vives-Rubio

Os deputados da Comissão de Orçamento e Financas aprovaram na tarde desta quarta-feira os dois requerimentos do PS e do CDS para ouvirem com carácter de urgência os dois responsáveis por causa da situação da Caixa Geral de Depósitos. Mas como o assunto vai para a comissão de inquérito, a data das audições, que foram pedidas com urgência, ainda não foram marcadas.

O PS quer ouvir primeiro o governador o Banco de Portugal, Carlos Costa, mas não é certo que isso aconteça. Isto porque na reunião da tarde, a comissão aprovou ainda um requerimento do PSD que pede que estas audições, por serem sobre a Caixa, sejam feitas já em plena comissão de inquérito. Logo, a “urgência” nas audições, pedida pelos dois partidos requerentes, vai demorar ainda, pelo menos mais uma semana.

A comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos só vai ser constituída na próxima terça-feira e só depois haverá discussão sobre a data e a ordem das audições.

Esta foi mais uma reunião sobre o assunto que gerou discussão entre deputados. O deputado do PS João Galamba defendeu que a audição de Carlos Costa deveria ser feita rapidamente e na comissão de Orçamento e Finanças, uma vez que o partido queria perceber “o contexto” dos problemas da Caixa: “Achamos que é importante perceber a questão da Caixa neste contexto. Não entendemos que a Caixa tem um problema, a Caixa tem um problema que é comum ao sector financeiro português. Não podemos perceber o que este Governo está a fazer sem perceber o contexto”, defendeu.

Ora o facto de aludir ao contexto do sistema financeiro acabou por levar o deputado do CDS João Almeida a questionar que não era esse o objecto do requerimento, uma vez que este se centrava na “recapitalização da Caixa” de 2012 e na situação do banco público. Perante a insistência do deputado João Galamba, João Almeida acabou por acusar o socialista de não estar a dizer a verdade sobre o pedido de audição: “Se quer ler, leia. Não mente. Leia. Não pode fingir que lê e dizer mentiras”, disse, referindo-se ao facto de Galamba dizer que o pedido socialista já tinha implícito uma análise do contexto e não apenas da situação da Caixa.

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