Kim Jong-un tem um novo cargo oficial
O Parlamento norte-coreano nomeou o actual líder, Kim Jong-un, para a presidência do novo comité dos Negócios Estatais.
O líder supremo da Coreia do Norte, Kim Jong-un, recebeu um novo cargo esta quarta-feira, atribuído pelo Parlamento norte-coreano. O líder norte-coreano foi nomeado presidente de um novo comité dos Negócios Estatais, criado recentemente e cujas funções e competências não são claras.
Este novo cargo acrescentou-se à extensa lista de títulos e cargos oficiais de Kim Jong-un – entre os quais de querido e respeitado camarada Kim Jong-un; presidente do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte; presidente da Comissão de Defesa Nacional da República Popular Democrática da Coreia e ainda comandante das Forças Armadas da Coreia do Norte.
Para além destes, Kim tem ainda a patente de marechal na hierarquia do Exército norte-coreano, que como nota a Reuters, foi assimilado pela população que passou a referir-se ao Presidente como “o nosso marechal”.
O líder norte-coreano esteve presente na reunião desta quarta-feira. O Parlamento reúne uma ou duas vezes por ano para aprovar orçamentos e políticas estabelecidas pelo partido único que governa o país. É também o Parlamento que tem a autoridade de conceder ao líder novos cargos e títulos. Segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, na reunião desta quarta-feira procedeu-se à revisão da Constituição e a comissão de Defesa Nacional foi renomeada comité dos Negócios Estatais.
Kim Jong-un pretende com este novo título atingir um estatuto "semelhante ao poder absoluto que o seu falecido pai e avô usufruíam", disse Cheong Seong-chang, investigador do Instituto Sejong, à agência Yonhap. Para Yang Moo-jin, professor na Universidade de Estudos Norte-coreanos, este novo órgão poderá ter um papel mais importante nos negócios dentro da península coreana, na diplomacia e na segurança.
Durante a reunião Kim Jong-un revelou quais são os vice-presidentes do comité: Hwang Pyong-so, director do departamento político das Forças Armadas da Coreia do Norte; Choe Ryong-hae, vice-presidente do comité central do partido e Pak Pong-ju, primeiro-ministro. Esta reunião serviu ainda para implementar directivas já avançadas em Maio, durante um congresso do partido, que não reunia há 36 anos. Nesse raro congresso, Kim Jong-un anunciou um plano a cinco anos de reformas económicas. No mesmo evento Kim garantiu ainda que a Coreia do Norte só usaria armas nucleares em caso de ameaça à sua soberania.
No dia 22 de Junho, Pyongyang procedeu ao lançamento de dois mísseis de médio alcance Musudan, num novo ensaio balístico que contribuiu para a deterioração das já frágeis relações com a Coreia do Sul, o Japão e os EUA. Os três países condenaram os testes por infringirem as sanções da ONU aplicadas à Coreia do Norte com o objectivo de parar o programa de desenvolvimento nuclear. Segundo justificou Kim Jong-un, o lançamento não colocava a segurança dos países vizinhos em risco.
A Coreia do Sul, o Japão e os EUA anunciaram esta terça-feira um exercício antimísseis realizado em conjunto, no Havai, como resposta aos testes da Coreia do Norte.