PS chama Carlos Costa ao Parlamento com urgência

Os socialistas querem ouvir o governador do Banco de Portugal sobre as necessidades de capital da CGD. O CDS já disse que tudo não passa de uma manobra de diversão.

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Carlos Costa foi chamado ao Parlamento pelo PS Enric Vives-Rubio

Os deputados do grupo parlamentar do PS entregaram ontem, na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa um "requerimento para audição do sr. governador do Banco de Portugal com carácter de urgência", como se lê no texto a que o PÚBLICO teve acesso. Já na manhã de quarta-feira, o CDS reagiu: “É uma manobra para tentar distrair os portugueses do que é essencial”, disse João Almeida.

Os socialistas justificaram o seu pedido com "a proliferação de notícias veiculadas pela comunicação social relativamente às necessidades de capital da Caixa Geral de Depósitos", designadamente a especulação sobre o valor das necessidades e a sua origem. 

No requerimento, o PS defende que é ao BdP que compete a salvaguarda da estabilidade do sistema financeiro, razão pela qual a presença de Carlos Costa é considerada essencial para "prestar todos os esclarecimentos sobre a evolução da situação da CGD desde o momento da sua recapitalização até ao presente". O deputado e porta-voz do PS João Galamba, que assina o texto, recorda que "houve uma recapitalização da CGD, precedida de um levantamento exaustivo das necessidades de capital e volume de imparidades".

Em declarações à agência Lusa, o porta-voz do CDS e vice-presidente do grupo parlamentar, disse que o CDS não inviabilizará a audição na comissão de inquérito e “muito menos de responsáveis de identidades públicas” com relevância. “O CDS não se opõe, mas (…) estranhamos este pedido numa altura em que o processo de recapitalização está a ser conduzido pelo Governo nas costas do parlamento. Lembro que a líder do CDS já questionou o primeiro-ministro em debates quinzenais sobre a matéria”, disse.

De acordo com João Almeida, o Governo “não dá informação nenhuma” sobre este processo e “está a negociar com Bruxelas completamente ao arrepio” daquilo que é a fiscalização do parlamento. “Depois, o PS tem urgência em ouvir o BdP e não tem qualquer critério de responsabilidade numa altura em que o processo está a ser conduzido pelo Governo e que naturalmente deve dar conhecimento aos portugueses, porque o dinheiro da capitalização é dinheiro dos impostos dos portugueses”, concluiu.

Em 2012, o Estado injetou 750 milhões de euros diretamente em ações na Caixa Geral de Depósitos e ainda 900 milhões em instrumentos de capital contingente, dívida pela qual o banco público paga juros anuais.