São duas paragens na sua apresentação da exposição que o arquitecto aproveita para lembrar que ainda lhe é devida parte do pagamento pela sua obra emblemática de 2004, o Estádio Municipal de Braga, e comentar a polémica em torno da Barragem do Tua.
O Pritzker português não esconde a predilecção pelo Estádio de Braga no seu portefólio. Mas “gostava que me pagassem; pagaram-me duas partes e falta outra – mas vão pagar”, diz aos jornalistas junto à maquete da obra. Trata-se de um processo que está em tribunal, recorda, com a Câmara de Braga como arguida, e cujo resultado, acrescenta, deve ser conhecido “em Outubro”. Souto de Moura reclama cerca de quatro milhões de euros relativos ao alargamento do âmbito e da dimensão do projecto.
À obra na Barragem do Tua, ainda em curso, dedica a atenção de alguém que acredita que a polémica e a arquitectura andam de mãos dadas – embora frise que o seu projecto para a central da barragem "foi aprovado pela Unesco". A contestação em torno da obra “preocupa-me, porque não vivo numa torre de marfim, e, se é tão contestada, nalguma coisa têm razão”, exclama. E confessa que entre o que mais lhe custou nas consequências da obra foi a extinção da linha de comboio.
Ao lado dos seus projectos no CCB, Eduardo Souto de Moura dispara pacatamente em várias direcções: critica a equiparação do trabalho dos engenheiros ao dos arquitectos, as tabelas de pagamento da profissão, e anuncia que será “uma espécie de mandatário” numa nova função de colaboração com a Ordem dos Arquitectos.