No ano passado, 151 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas na sequência de um recorde de 17 ataques terroristas levados a cabo por jihadistas na União Europeia – 15 em França e 2 na Dinamarca. Um aumento significativo em relação a 2014, ano em que morreram quatro pessoas em dois ataques.

Segundo Manuel Navarrete, que no passado dia 23 de Maio apresentou as principais conclusões do relatório sobre terrorismo elaborado pela Europol, só uma destas 151 vítimas é que não foi atingida em ataques perpetrados por grupos jihadistas. No ano em que a capital francesa foi atingida duas vezes, a resposta das autoridades foi «forte», sublinha Navarrete: 1077 suspeitos foram detidos em vários países da UE por ofensas relacionadas com terrorismo (mais 303 do que em 2014), dos quais 687 estavam vinculados ao extremismo jihadista (em 2014, tinham sido 395 os radicais detidos).

O treino continua a ser uma dimensão preocupante. Segundo o responsável do contra-terrorismo da Europol, muitos membros do Estado Islâmico são treinados na Síria com o objetivo de perpetrarem ataques na Europa, enquanto outros, os chamados combatentes estrangeiros, fazem-no de forma independente assim que regressam aos países de origem. "Temos informação de que estas atividades de treino decorrem nos Balcãs Ocidentais mas também em território Europeu, embora estes dados precisem de maior confirmação".