Um Euro de centenários, estreantes e muitos guarda-redes da Premier League

Alguns dos números que marcam o torneio que se inicia nesta sexta-feira.

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Casillas é o mais internacional dos jogadores que estão no Euro 2016 Sergio Perez/Reuters

Serão 552 jogadores para 4590 minutos de futebol, fora a compensação e eventuais prolongamentos. Assim se resume, em dois números, a fase final do Euro 2016, mas há muitos mais que ajudam a descrever este Euro alargado, pela primeira vez, a 24 selecções, em que são mais as que irão passar às eliminatórias (16) do que as que se vão ficar pela fase de grupos. Cristiano Ronaldo, por exemplo, tem mais golos marcados pela selecção portuguesa (58) que todos os jogadores franceses presentes no torneio juntos (57). Já a Espanha é a selecção com mais experiência internacional (995 jogos entre os 23 convocados).

Neste Europeu são 20 os jogadores que têm mais de 100 internacionalizações pelas respectivas selecções. O portista Iker Casillas lidera a lista dos mais internacionais, com 167 jogos pela “roja” (dificilmente sairá do banco durante o Euro) e tem mais três centenários como colegas — Sergio Ramos (131), Iniesta (108) e Fàbregas (106), todos eles “sobreviventes” da Espanha que ganhou o título europeu em 2008. Um dos adversários da Espanha no Grupo D será a República Checa, que também tem uma boa dose de “centenários” (três), um grupo liderado pelo eterno Petr Cech (121). Portugal tem Cristiano Ronaldo (126) nestas condições e, salvo algum impedimento, o capitão da selecção nacional irá, durante o Euro, tornar-se no mais internacional de sempre, ultrapassando Luís Figo (127).

Houve seleccionadores que arriscaram escolher jogadores sem qualquer experiência internacional e que nem sequer os testaram em jogos particulares. A França tem dois atletas nesta situação, um guarda-redes (Benoit Costil, do Rennes) e um defesa (Samuel Umtiti, do Lyon). Na selecção portuguesa, todos os jogadores têm mais ou menos minutos, mas são sete aqueles que têm menos de uma dezena de internacionalizações (Raphael Guerreiro, João Mário, Anthony Lopes, André Gomes, Renato Sanches, Rafa e Adrien Silva).

A Premier League é, de longe, o campeonato mais representado, com 106 jogadores, e todos os jogadores da selecção inglesa jogam no seu país, com a curiosidade de ter um que, em 2015-16, actuou na segunda divisão, o guarda-redes Tom Heaton, do Burnley, equipa que, em 2016-17, vai estar na Premier League. E isto só mostra que as balizas da principal divisão inglesa estão ocupadas por estrangeiros. Só neste Euro, estão o francês Lloris (Tottenham), o romeno Pantillimon (Watford), os galeses Hennessey (Crystal Palace) e Ward (Liverpool), os polacos Boruc (Bournemouth) e Fabianski (Swansea), o checo Cech (Arsenal), os belgas Cortouis (Chelsea) e Mignolet (Liverpool), ou os irlandeses Given (Stoke) e Randolph (West Ham).

A Bundesliga é o segundo campeonato mais representado, mas com pouco mais de metade da Premier League (56), com a Serie A italiana (49), a Superliga turca (36) e a Liga espanhola (35) a completarem o “top 5” — o Championship inglês é o sexto mais representado (31), sendo que este número se deve às várias selecções das ilhas britânicas presentes no torneio. Bastante mais abaixo está a Liga portuguesa, com apenas dez representantes, oito deles na selecção portuguesa (e Renato Sanches está de saída para o Bayern). Os outros dois são o benfiquista Victor Lindelöf (Suécia) e o portista Casillas (Espanha).

E quem será o jogador com mais golos pela sua selecção presente no Euro? Não é, nem o sueco Zlatan Ibrahimovic (62 golos em 113 jogos), nem Ronaldo (58 em 126). É o irlandês Robbie Keane, com 67 em 142 jogos. Mas em termos de rácio jogos/golos ninguém bate o jovem britânico do Manchester United Marcus Rashford. Um jogo, um golo.

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