EDP conclui teste de tecnologia eólica offshore ao largo da Póvoa de Varzim

Viabilidade da tecnologia está comprovada, agora a empresa espera autorização do Governo para desenvolver primeiro parque eólico no mar, em Viana do Castelo.

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A tecnologia flutuante Windfloat é apropriada para zonas de águas profundas DR

A EDP deu oficialmente por concluída a fase de testes do projecto Windfloat. A turbina eólica assente numa plataforma flutuante que esteve em actividade durante cinco anos ao largo da Póvoa de Varzim vai ser desligada e rebocada até ao porto neste Verão. No seu lugar, a EDP Renováveis irá instalar uma nova turbina destinada a testar outra tecnologia de eólicas offshore, a Demogravi3, um investimento de 27 milhões de euros que será financiado pelo Programa Horizonte 2020, da Comissão Europeia.

No caso do Windfloat, o consórcio liderado pela EDP tem previsto que a próxima fase do projecto, a fase pré-comercial (que visa testar a viabilidade económica), venha a ocorrer já ao largo de Viana do Castelo, onde considera existir melhor recurso eólico. É aqui que a EDP e as suas parceiras Repsol, Engie, Mitsubishi e Chiyoda querem instalar um parque eólico com três turbinas de 8,3 megawatts (MW) cada, usando esta tecnologia flutuante desenvolvida pela PrinciplePower.

O projecto Windfloat Atlantic, com um custo em torno de 100 milhões de euros, tem já garantidos apoios comunitários de 30 milhões, assim como 19 milhões do Fundo Português de Carbono (dos quais um milhão já foram entregues ao consórcio no ano passado).

Ainda assim, o avanço do parque está pendente da autorização do Governo, depois das críticas que foram levantadas pelo regulador do sector energético, a ERSE, aos investimentos superiores a 100 milhões de euros previstos para ligar o parque eólico à rede de transporte eléctrico. A EDP Distribuição e a REN criaram um grupo de trabalho para encontrar com a Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e a ERSE soluções alternativas de ligação que tenham menos impacto nas tarifas eléctricas.

Quanto ao protótipo do Windfloat que agora será descomissionado, os cinco anos de actividade “provaram a fiabilidade da solução tecnológica em condições climatéricas adversas, tendo resistido a ondas com mais de 17 metros e ventos superiores a 60 nós”, destacou a EDP, num comunicado divulgado esta quinta-feira.

O Windfloat (que também teve como accionistas a capital de risco Portugal Ventures e a metalúrgica A. Silva Matos) gerou e injectou na rede eléctrica nacional mais de 17 GWh, “demonstrando elevados níveis de disponibilidade”. Esta tecnologia é particularmente indicada para zonas de média e grande profundidade e, segundo a EDP, por se tratar de uma plataforma flutuante, tem menores custos que uma plataforma fixa e impactos ambientais mais reduzidos.

O Windfloat, que será desligado do cabo de rede e dos cabos de amarração e rebocado até ao porto, onde será sujeito a uma inspecção final, “é o mais-bem sucedido projecto de I&D na área das renováveis offshore em Portugal”, frisou o administrador da EDP Inovação Luís Manuel, citado no comunicado. O projecto posiciona “o país e os parceiros envolvidos na liderança mundial da tecnologia eólica offshore flutuante”, afirmou o mesmo responsável.

 

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