Centeno diz que injecção de capital na CGD não deve ter impacto no défice

Processo está a ser discutido com a Comissão Europeia e não há data limite para estar concluído, diz o ministro das Finanças

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Mário Centeno também confirmou que haverá rescisões de trabalhadores Daniel Rocha

Um dos objectivos do Governo na definição do modelo de injecção de capital na Caixa Geral de Depósito é que não tenha qualquer impacto no défice público, afirmou esta terça-feira o ministro das Finanças.

A falar no fórum anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico que se realiza em Paris, Mário Centeno afirmou, citado pela Lusa que "obviamente o objectivo que tem de estar presente é que a injecção de capital [na Caixa Geral de Depósitos] não tenha impacto no défice”.

O ministro confirmou que, neste momento, o processo de capitalização da Caixa “está a ser debatido com as instituições europeias, quer com a Direcção-Geral da Concorrência, quer com o BCE e o Mecanismo Único de Supervisão”, garantindo que “ainda não está decidido o montante” da operação.

Mário Centeno falou ainda de dificuldades na resolução desta questão, nomeadamente as relacionadas com as regras existentes a nível europeu. “Todos conhecemos as restrições que essas regulamentações põem. É necessário entender os estatutos da Caixa Geral de Depósitos no sistema bancário português enquanto banco detido pelo Estado, e estou em crer que essas características fundamentais, quer na relevância no sistema quer na detenção pelo Estado, vão ser tidas em consideração pela Direcção Geral da Concorrência e pelo BCE e serão, obviamente, também tomadas muito a sério pelo Governo nas suas negociações”, afirmou.

Mário Centeno não quis adiantar datas para a realização da injecção de capital, afirmando apenas que, apesar de “não haver datas limites” para fechar o processo, este também não pode "demorar muito tempo".

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