A destituição de Dilma chegou a Cannes: “Ocorreu um golpe de Estado no Brasil”
O cineasta Kleber Mendonça Filho e a actriz Sônia Braga protestaram contra o impeachment na estreia de Aquarius no festival francês.
A estreia de Aquarius no festival de Cannes, nesta terça-feira, ficou marcada pelo protesto do realizador Kleber Mendonça Filho e pelo elenco do filme, entre os quais se encontra a actriz Sônia Braga, contra o processo de destituição da Presidente brasileira, Dilma Rousseff.
O grupo subiu as escadarias do Palais, virou-se para as câmaras e empunhou vários cartazes a denunciar o “golpe” que entendem estar a ocorrer no seu país. Lá dentro, a audiência solidarizou-se: houve mais cartazes, mais mensagens e, segundo o Guardian, aplausos efusivos.
“Ocorreu um golpe de Estado no Brasil”, lia-se num dos cartazes. Outro: “O mundo não pode aceitar este Governo ilegítimo”. “Chauvinistas, racistas e golpistas como ministros”. “54.501.118 votos incinerados”. A produtora francesa do filme, Emilie Lesclaux, também participou no protesto.
Dilma Rousseff reagiu no Twitter, agradecendo ao “talento do Brasil em Cannes”, em particular a Kleber Mendonça Filho, Sônia Braga e Maeve Jinkings (também actriz). “Ao elenco extraordinário do filme Aquarius um beijo em nome da democracia”, escreveu.
Aquarius, que integra a competição do festival de Cannes, conta a história de uma crítica de música reformada (Sônia Braga) que, nascida no seio de uma família rica de Recife, tenta agora manter o seu apartamento numa zona em transformação da cidade brasileira.
Ao elenco extraordinário do filme #Aquarius um beijo em nome da democracia. #Cannes2016
— Dilma Rousseff (@dilmabr) 17 de maio de 2016