Director de jornal turco escapa a atentado mas é condenado a cinco anos

Homem disparou três tiros contra Can Dündar, que escapou ileso. Director do jornal Cumhuriyet e o seu colega Erdem Gül foram condenados por "revelação de segredos de Estado".

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Can Dündar, com a mulher, após o atentado Can Erok/Cumhuriyet/REUTERS
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O atirador, dominado depois de ter disparado Can Erok/Cumhuriyet/REUTERS

Um homem armado tentou atingir a tiro o director do jornal turco Cumhuriyet, Can Dündar, antes de o jornalista entrar, ontem, para a última sessão do seu julgamento por “revelação de segredos de Estado e tentativa de golpe de Estado”, onde foi condenado a cinco anos e dez meses de prisão.

Nem Dündar nem o seu colega Erdem Gül (responsável pela delegação do jornal em Ancara, condenado a cinco anos) ficaram feridos no ataque. Mas outro jornalista, que estava a trabalhar (da televisão privada NTV) ficou ferido.

O atacante, segundo o jornal Hurriyet, gritou “és um traidor” antes de disparar pelo menos três tiros contra Dündar.

Can Dündar e Erdem Gül  absolvidos da acusação de estarem a preparar um golpe de Estado. “Houve duas tentativas de assassínio”, comentou Dündar, “dentro e fora do tribunal”, citou-o o Hurriyet,

Os dois jornalistas do Cumhuriyet foram detidos em Novembro passado, por terem publicado conteúdos que alegadamente demonstravam a colaboração da Turquia com grupos jihadistas a combater na Síria, através do fornecimento de armas.

Os dois jornalistas foram formalmente acusados de obter e revelar segredos de Estado para "fins de espionagem" e de estarem a preparar um "violento" ataque contra o Governo turco, assim como de ajudarem uma "organização terrorista armada". Estiveram encarcerados durante 92 dias na prisão de Silivri, nos arredores de Istambul.

Ontem,  o Ministério Público deixou cair a acusação de espionagem ao proferir os argumentos finais — que implicavam prisão perpétua. O advogado de acusação tinha pedido  25 anos de prisão para Dündar por revelação de segredos de Estado e dez anos para Gül.

“Já se passou muita coisa neste caso. Eles tentaram tudo. É o próprio jornalismo que está a ser julgado”, afirmou o director do Cumhuriyet à entrada para a última sessão do seu julgamento, pouco antes do ataque.

 

 

 

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