Reformas antecipadas por doenças reumáticas custam mais de 900 milhões por ano
A análise foi feita com base nos dados recolhidos pelo primeiro estudo epidemiológico nacional apresentado esta quinta-feira.
As reformas antecipadas por doenças reumáticas custam mais de 900 milhões de euros por ano, segundo um estudo que é apresentado esta quinta-feira no XVIII Congresso Português de Reumatologia.
A análise foi feita com base nos dados recolhidos pelo primeiro estudo epidemiológico nacional - o EpiReumaPt -, que abrangeu mais de 10 mil inquiridos, e os principais resultados são divulgados esta quinta-feira no congresso que decorre em Vilamoura, no Algarve.
Nesta investigação foram analisados os portugueses entre os 50 e os 65 anos, que representavam quase 30% do total de 10,6 mil inquiridos no EpiReumaPt. Segundo dados a que a agência Lusa teve acesso, as mulheres são quem mais contribui para os 900 milhões de euros de custos indirectos com reformas antecipadas por doenças reumáticas, representando 84%, ou seja, 766 milhões de euros.
Tendo em conta estes valores, per capita, as mulheres representam um custo de 822 euros enquanto os homens representam 187 euros.
O estudo concluiu que a maior parte dos doentes (quase 40%) vive na região de Lisboa e Vale do Tejo, representando 356 milhões de euros de custos indirectos anuais em reformas antecipadas.
Já a região do Algarve apresentou os níveis mais reduzidos, contribuindo com 15 milhões de euros.
A Sociedade Portuguesa de Reumatologia tem alertado para a carência da prestação de cuidados adequados a doentes reumáticos nalgumas áreas do país.
Aquela entidade defende que a abertura de quadros médicos de reumatologia em várias unidades de saúde poderá diminuir os custos das doenças reumáticas, que são uma das principais causas de absentismo laboral.