Brasil (novamente) sem WhatsApp até quinta-feira

Os brasileiros voltaram a ficar sem acesso ao WhatsApp depois de a Justiça ter ordenado o bloqueio da aplicação. Em causa está a resistência da empresa à divulgação de dados de utilizadores sob investigação policial.

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Já não é uma novidade. Os brasileiros estão novamente sem WhatsApp. O bloqueio da aplicação de smartphone, um serviço que permite mensagens instantâneas e chamadas através da Internet, começou às 14h desta segunda-feira. Atrás da decisão está o pedido feito pelas autoridades à empresa na partilha de informação sobre um grupo de tráfico de droga no Brasil, sob investigação e que terá usado o WhatsApp. O pedido foi negado pela empresa e a consequência imediata levou ao bloqueio da aplicação.

Por ordem de um tribunal brasileiro, o bloqueio deverá manter-se durante 72 horas, três dias, ultrapassando assim a duração da anterior proibição, que em Dezembro de 2015 tinha sido determinada para 48 horasDesta vez, o bloqueio foi determinado pela Justiça de Sergipe, um estado da região nordeste do Brasil, invocando uma decisão tomada a 26 de Abril, escreve o jornal Folha de São Paulo.

Segundo a mesma publicação, as cinco operadoras de telecomunicações – TIM, Oi, Vivo, Claro e Nextel – irão cumprir a decisão. Caso não o façam enfrentarão uma multa diária na ordem dos 500 mil reais (124 mil euros). Não obstante, as cinco operadoras não afastam a possibilidade de colocar um recurso judicial.

A empresa WhatsApp já emitiu um comunicado e afirma-se “desapontada”, sublinhando ter cooperado “com toda a extensão" da sua "capacidade com os tribunais brasileiros”. A empresa adianta ainda que esta decisão “pune mais de 100 milhões de brasileiros que dependem do serviço para comunicar, administrar os seus negócios e muito mais", para a "forçar a entregar informações que afirmamos repetidamente que nós não temos", cita a BBC Brasil.

Em Março, Diego Dzodan, um dos administradores do Facebook – empresa que comprou o WhatsApp em 2014 – foi detido preventivamente porque o WhatsApp se recusou a obedecer a uma ordem judicial que obrigava à divulgação das mensagens trocadas entre arguidos sob investigação, também sobre tráfico de drogas. O executivo acabou por ser libertado 24 horas depois.

Para já, Jan Koum, co-fundador e presidente-executivo do WhatsApp, ainda não se manifestou nas redes sociais, às quais recorreu para condenar os bloqueios anteriores. Na sua página de Facebook, Jan Koum elogia a segurança e protecção da privacidade das conversas que acontecem na aplicação, como aconteceu recentemente, a 5 de Abril, quando anunciou a encriptação das mensagens de mil milhões de utilizadores.

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