O eurodeputado socialista Pedro Silva Pereira é o redactor da moção de estratégia global que António Costa apresenta associada à sua candidatura à reeleição como secretário-geral do PS nas directas marcadas para os dias 20 e 21 de Maio. Por sua vez, a moção será debatida no congresso que se realiza entre 3 e 5 de Junho no Centro de Congressos de Lisboa, no Parque das Nações.

O antigo ministro da Presidência, Silva Pereira, foi o braço-direito de José Sócrates, quer na direcção do PS quer no Governo. Amigo de António Costa desde que ambos frequentaram, em anos distintos, a Faculdade de Direito de Lisboa, Silva Pereira regressa assim oficialmente ao activo na preparação de documentos partidários.

A equipa responsável pela moção de estratégia global é coordenada pela secretária-geral adjunta, Ana Catarina Mendonça Mendes, e que integra um conjunto de dirigentes e de militantes. Os membros do Secretariado João Galamba, João Tiago Silveira e Porfírio Silva integram esta equipa que está a produzir os conteúdos para a moção.

Neste grupo destaca-se o regresso de Paulo Pedroso, antigo ministro do Trabalho de António Guterres, que se afastou da vida partidária na sequência de ter estado preso preventivamente, em 2003, quando investigado no caso Casa Pia, sendo então ilibado.

A equipa autora da moção integra ainda dois membros do Governo. Um é o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, que é responsável no Governo pelas relações com os partidos parceiros dos acordos à esquerda, o BE, o PCP e o PEV. O outro é Eduardo Cabrita, ministro-adjunto do primeiro-ministro que tem a tutela sobre o Poder Local.

A integração Eduardo Cabrita na equipa responsável pela moção de António Costa é complementada pela presença de Rui Santos, presidente da Câmara de Vila Real. Quer Cabrita quer Rui Santos têm a responsabilidade de elaborar os conteúdos que constarão da moção e que se referem às próximas eleições autárquicas.

Com o prazo de entrega das candidaturas e das moções marcado para quinta-feira, António Costa deverá fazer a primeira apresentação pública do seu documento de estratégia logo na sexta-feira à noite, em Braga.

Até ao dia 20 de Maio, em que se iniciam as eleições directas, António Costa deverá fazer quatro sessões partidárias de apresentação da sua moção de estratégia aos militantes. A última deverá ser em Lisboa, nas vésperas da sua reeleição.

Às directas no PS deverá concorrer também Daniel Adrião, um militante que se candidata a secretário-geral ainda que apoie a liderança e a estratégia de António Costa. Como o próprio assumiu em declarações ao PÚBLICO, o seu objectivo é despertar o debate no congresso em torno de questões relacionadas com a reforma do sistema político e partidário. Esta semana, Daniel Adrião finaliza a recolha das 200 assinaturas de que precisa para se candidatar e está convencido de que o conseguirá fazer até quinta-feira.

Paralelamente ao processo de eleição do secretário-geral, o PS prepara o congresso com um conjunto de conferências que decorrem na sede nacional do Largo do Rato, em Lisboa. A primeira é já esta terça-feira (18h) e é sobre o sector bancário. Dia 10 de Maio o tema é a Precariedade. A 19 de Maio a conferência debate o papel de Portugal na crise dos refugiados. Para dia 24 de Maio, está marcada uma conferência sobre políticas de família.