Ex-ministro da Economia diz que TAP corre risco de se tornar uma "famigerada PPP"

Pires de Lima criticou no Parlamento o novo modelo de privatização da companhia, considerando-o "pouco claro" e "ambíguo".

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Pires de Lima na audição desta terça-feira no Parlamento Miguel Manso

O ex-ministro da Economia, António Pires de Lima, afirmou nesta terça-feira que o novo modelo de privatização da TAP "corre o risco de se parecer com uma famigerada PPP". À saída de uma audição no Parlamento sobre a venda da companhia, o antigo governante do executivo de Passos Coelho considerou que o novo contrato, ainda a assinar e que prevê que o Estado fique com 50% do capital, mas que a gestão permaneça privada, gera "ambiguidades, como já se constatou por causa do encerramento de rotas no Porto".

Já no decorrer da audição, o ex-ministro tinha referido que não se identifica com a opção do actual Governo, que será materializada num contrato a assinar nas próximas três semanas, como garantiu nesta terça-feira de manhã o ministro do Planeamento e das Infra-Estruturas, Pedro Marques. "É um modelo de gestão com o qual não me revejo. Temo que no final tenhamos uma gestão privada e o Estado responsável por 50% da dívida da TAP", sublinhou.

À saída da audição, o mesmo responsável mostrou desagrado em relação ao facto de algumas das medidas adoptadas pelo anterior executivo terem sido revertidas, seja na venda da TAP ou na subcomissão dos transportes públicos. "Já não me sinto parte deste jogo partidário", disse, acrescentando que "não é revertendo, revertendo, revertendo que se constrói". O ex-ministro disse que vê a actividade política "não como um exercício de reversões, mas de construções".

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