Administração Obama avança com plano para reduzir opacidade das offshore nos EUA
EUA lançam regulamentação que exige informação sobre o beneficiário real de cada uma das sociedades.
A administração Obama concluiu um plano para reduzir a opacidade de empresas offshore criadas nos Estados Unidos e ultrapassar uma "brecha" nas regras do país, anunciou este sábado o secretário do Tesouro americano Jack Lew. "Estamos prestes a propor uma regulamentação que exigirá um beneficiário real em sociedades individuais, de responsabilidade limitada, para ultrapassar uma brecha", afirmou Jack Lew, na sua declaração por escrito ao Fundo Monetário Internacional (FMI), à margem da reunião da Primavera da instituição.
Esta iniciativa surge no seguimento do escândalo dos designados Papéis do Panamá, que revelou uma vasta rede de empresas de fachada em paraísos fiscais, e levou os ministros das Finanças do G20 a avançar com uma primeira ofensiva.
Os Estados Unidos têm permanecido à margem das revelações, mas aparecem na lista negra dada a possibilidade oferecida por alguns estados norte-americanos (Delaware, Wyoming) para abrir uma empresa sem revelar a identidade do beneficiário real.
O G20, grupo das 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, considerou na sexta-feira a imposição de sanções contra países que não cumpram as regras internacionais de transparência financeira. "Reiteramos a alta prioridade que outorgamos à transparência financeira" e a efectiva aplicação dos "parâmetros de transparência por todas as partes", sublinha o G20.
No comunicado, o G20 pede à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) para apresentar "critérios objectivos" na reunião que o grupo vai realizar em Julho na China para "identificar as jurisdições que não cooperam com o respeito da transparência internacional".