Lacerda Machado "foi muito importante no aconselhamento" diz o ministro do Planeamento

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Pedro Marques

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas afirmou hoje que Diogo Lacerda Machado deu um contributo importante nas negociações para devolver ao Estado 50% da TAP, considerando 'fait-divers' a polémica sobre o papel do antigo governante nas negociações.

"O doutor Diogo Machado foi muito importante no aconselhamento, contributo que nos deu a um título informal, que nos ajudou a consolidar a negociação, mas a responsabilidade política é minha e do meu ministério", afirmou Pedro Marques, à margem do 8º. Congresso Rodoviário Português, a decorrer em Lisboa.

Questionado sobre o papel de Diogo Lacerda Machado, Pedro Marques considerou que a polémica em torno do consultor, amigo pessoal de Anónio Costa, assenta em "'fait-divers' [facto sem relevância]".

"Andamos à volta de 'fait divers', quando o mais importante é o sucesso das negociações e em particular desta negociação para estabilizar a companhia", declarou o governante, sublinhando que "há sempre quem assessore este tipo de negociação, porque há detalhes mais técnicos".

Sobre a inexistência de um contrato formal, Pedro Marques remeteu para as declarações do primeiro-ministro, António Costa, que, em entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, assumiu que Diogo Lacerda Machado o representou informalmente em várias negociações sensíveis que estão em curso, como na TAP, no caso dos lesados do papel comercial do Grupo Espírito Santo (GES) e também no BPI, nas reuniões entre Isabel dos Santos e o catalão Caixabank.

Depois de críticas, António Costa acabou de assinar um contrato com Lacerda Machado para que este continue nessas reuniões, mas já como representante oficial do Governo.

Pedro Marques afirmou hoje que "a questão do contrato é uma questão que está no gabinete do primeiro-ministro. O senhor primeiro-ministro já disse que está a ser estruturado um contrato".

As questões sobre o papel do antigo secretário de Estado nas negociações do Governo com Humberto Pedrosa e David Neeleman começaram por ser levantadas pelo PSD, mas a audição de Diogo Lacerda Machado foi aprovada por unanimidade na Comissão de Economia e Obras Públicas.

O Governo de António Costa chegou a acordo com o consórcio privado para o Estado ficar com 50% da empresa (em vez dos 34%) e o consórcio privado com 45% (em vez dos anteriores 61%).

O capital da Atlantic Gateway na transportadora aérea poderá ainda chegar aos 50%, se os trabalhadores da TAP não adquirirem a participação de até 5,0% que lhes foi destinada.