Museu de Marionetas do Porto terá dois pólos, no centro e em Campanhã

Espaço tem de abandonar o edifício da Rua das Flores porque o novo dono do prédio pretende dar outro uso ao edifício

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Galeria com as personagens do espectáculo Vai no Batalha, uma das mais populares produções do Teatro de Marionetas do Porto Rui Farinha

A solução apresentada pela direcção do Museu de Marionetas do Porto à câmara, e que já foi aprovada por esta entidade, prevê que o espaço forçado a abandonar a localização actual na Rua das Flores, se divida por dois pólos, ficando um no centro histórico e outro em Campanhã, num imóvel municipal.

A revelação foi feita na manhã desta terça-feira pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, durante a discussão de uma proposta da CDU, na reunião do executivo, pedindo que fossem feitas “todas as diligências” para que o museu permanecesse na cidade. A proposta foi aprovada por unanimidade, mas como o PÚBLICO já avançara na edição de hoje, o risco de as marionetas abandonarem o Porto já fora colocado de parte, após as negociações entre o museu e a autarquia terem permitido chegar a uma solução.

Rui Moreira explicou que a proposta “aprovada pela câmara na semana passada” foi apresentada pela direcção do museu no passado dia 17 de Março e que a localização exacta dos dois pólos do futuro museu só não é revelada por haver ainda questões processuais que necessitam de ser resolvidas. Assim, parte do museu deverá ficar nas proximidades da sua casa actual - escolhida por João Paulo Seara Cardoso, fundador do Teatro de Marionetas do Porto e do respectivo museu, que morreria em 2010, antes de ver o espaço museológicos inaugurado – num espaço que já está a ser utilizado pelos responsáveis do museu, mas, por enquanto, fechado ao público. O outro pólo será em Campanhã, num imóvel camarário que Moreira pretende manter em segredo porque a direcção do museu ainda não o inspeccionou, para avaliar se ele se adequa, de facto, à função a que se dedica.

O Museu de Marionetas do Porto estará a funcionar no n.º 22 da Rua das Flores até Setembro deste ano. O espaço fora alugado para este fim já em 2002 e a companhia fez um investimento de cerca de 200 mil euros para o adaptar ao fim sonhado por Seara Cardoso. Inaugurado em 2013, o museu só recentemente começou a funcionar em pleno, mas em Agosto do ano passado Isabel Barros, directora artística do espaço, foi informada que o edifício fora vendido e que o novo dono não queria que o museu ali continuasse. Depois de passado o “choque” inicial, começaram as negociações com a Câmara do Porto, já em Novembro e, agora, segundo Rui Moreira, aguardam-se apenas que sejam concluídas as necessárias “tramitações administrativas” para que, em Setembro, o museu possa mudar de casa.

O vereador da CDU, Pedro Carvalho, explicou que o objectivo da proposta que levou à reunião desta terça-feira era garantir que “a câmara se empenha” no processo e que “a transição possa acontecer com suavidade”. Já Carla Miranda, do PS, salientou que era de “lamentar” que as marionetas fossem forçadas a deixar a casa escolhida por Seara Cardoso e que era “a menina dos olhos” do encenador. 

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