Não é só a capacidade de atrair mais estudantes nacionais que aumenta com a inclusão de três cursos de Engenharia Civil nacionais entre os 150 melhores do mundo. O reconhecimento internacional da formação portuguesa é também importante para potenciar o crescimento do número de estudantes estrangeiros inscritos nas universidades nacionais nesta área, uma realidade em crescimento nos últimos anos.

Os responsáveis das três instituições destacadas no ranking QS concordam que a distinção tem um papel importante de atracção de estudantes internacionais. “Os alunos estrangeiros vêm sobretudo para estudar em mestrados e doutoramentos e têm um perfil diferente, estando mais atentos a informação como esta”, explica o director do departamento de Engenharia Civil da Universidade do Minho, Jorge Pais.

Naquela universidade, os estudantes estrangeiros representam 60% dos inscritos nos mestrados do 2.º ciclo, com destaque para Brasil e Angola, mas o Minho tem sido capaz também de atrair alunos da Índia, Síria, Palestina ou Líbano nos últimos anos. “Temos uma grande afluência de países do Médio Oriente e Ásia, que ainda precisam de fazer grandes investimentos em infra-estruturas e que reconhecem que a formação que nós damos é de qualidade”, valoriza Pais.

Também há alunos destas regiões do globo a estudar Engenharia Civil na Universidade de Coimbra, que conta entre as nacionalidades mais representantes, como o Irão ou o Paquistão. Ao todo, os estrangeiros representam 16,5% do total de inscritos nas várias formações do Departamento de Engenharia Civil da mais antiga universidade nacional — que, além dos cursos de Engenharia Civil, oferece também o mestrado integrado em Engenharia Ambiental e ainda mestrados de 2.º ciclo e programas de doutoramento.

Na Universidade do Porto, a palavra de ordem nos últimos anos também tem sido “internacionalizar”, sublinha o director do departamento de Engenharia Civil, António Silva Cardoso. No entanto, em termos percentuais, aquela é a instituições onde os alunos internacionais têm um menor peso: representam 6,6% dos inscritos no departamento.