Ministro do Ambiente recomenda consumo de água da torneira

Água da torneira é "500 vezes mais barata que a engarrafada" e com "qualidade garantida", defende João Matos Fernandes.

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Pedro Cunha/arquivo

O ministro do Ambiente recomenda o consumo de água da torneira, "500 vezes mais barata que a engarrafada" e com "qualidade garantida".

João Matos Fernandes que nesta quarta-feira assistia ao lançamento da primeira pedra da remodelação da Estação de Tratamento de Água de Vale da Pedra, no concelho do Cartaxo (distrito de Santarém), um investimento de 13 milhões de euros, o maior actualmente em curso por parte da EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres, do Grupo Águas de Portugal.

O governante classificou o projecto como “importantíssimo” para preservar a qualidade da água para consumo.

A obra, a iniciar-se este mês e com um prazo de execução de 970 dias, irá permitir a reabilitação e modernização da Estação de Tratamento de Água de Vale da Pedra, uma infraestrutura construída em 1963 que teve a sua última remodelação em 1976 e que serve para tratar a água que é captada no rio Tejo junto a Valada.

O presidente do conselho de administração da EPAL, José Sardinha, referiu que a obra irá permitir aumentar a eficiência do sistema, melhorar a qualidade da água e elevar os níveis de segurança dos trabalhadores, representando o maior investimento actual de uma empresa que serve três milhões de consumidores.

O ministro salientou que a água da torneira é “500 vezes mais barata que a engarrafada”, sendo investimentos como o que hoje se inicia fundamentais para garantir a perenidade de uma qualidade que já é actualmente garantida aos consumidores.

João Matos Fernandes insistiu na necessidade de os sistemas existentes no país sem a capacidade técnica e comercial apresentada pela EPAL se tornarem sustentáveis, lembrando o desafio lançado na terça-feira, Dia Mundial da Água, para que os municípios com continuidade geográfica se agreguem (abrangendo um mínimo de 80.000 a 100.000 habitantes) e criem sistemas sustentáveis do ponto de vista financeiro e técnico.

O ministro destacou o “número expressivo” de municípios que continuam a apresentar “uma quantidade muito grande de água não facturada”, ou seja, que é comprada e não é vendida, factor que não se deve apenas a “um problema de canos rotos e condutas velhas”.

Admitindo que haja necessidade de fazer investimentos a esse nível, afirmou que o problema é essencialmente de gestão, “de não facturar, de um parque de contadores muito antigos, de falta de conhecimento do que é a própria rede, de falta de recursos humanos para debelar de imediato roturas que surgem". Por isso, considerou, é fundamental a criação de sistemas sustentáveis.

Matos Fernandes apontou a EPAL como exemplo de um sistema “diferente”, que vai desde a captação até casa do consumidor. O ministro referiu igualmente a importância do tratamento dos efluentes para garantir a qualidade da água do Tejo, matéria em que o ministério tem vindo a ter intervenção activa, nomeadamente com as acções junto de empresas poluidoras.

Como exemplo dessa acção, referiu o caso da Centroliva, de Vila Velha de Ródão, que cumpriu todas as obrigações impostas pelo Ministério do Ambiente relativamente à poluição e vai manter a licença de funcionamento, graças a um investimento da ordem dos 50.000 euros, bastante inferior ao da multa que lhe poderia ser aplicada (que poderia ir até aos cinco milhões de euros).