Antram convoca marcha lenta nacional para quarta-feira

Transportadoras endurecem luta contra o aumento de combustíveis aprovado no Orçamento do Estado. E prometem que dia 23 estarão 15 mil camiões na rua a "abrandar" o ritmo.

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Rui Gaudêncio/Arquivo

Os cerca de 15 mil camiões de mercadorias que compõem a frota dos associados da Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) deverão participar esta quarta-feira numa marcha lenta que, promete a organização, deverá abrandar o país

Num comunicado de imprensa, a Antram dá conta da iniciativa, em causa está o aumento dos combustíveis previstos no Orçamento do Estado, trazido com o aumento do Imposto Sobre Produtos Petrolíferos (ISP) que, refere a Antram “compromete a competitividade do sector e, consequentemente, a sobrevivência das empresas e a manutenção dos postos de trabalho”.

Desde que a proposta de Orçamento do Estado foi conhecida, em Janeiro, que a associação se tem multiplicado em iniciativas e contactos, com vista a sensibilizar os governantes para a necessidade de não prosseguir com o aumento – numa altura em que os restantes países europeus, alegam, estão a baixar a factura fiscal. Depois de reuniões com o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Fernando Rocha Andrade, têm agora uma reunião agendada para 30 de Março, agora com o ministro adjunto, Eduardo Cabrita.

Enquanto essa reunião não acontece, e manifestando desde já pouca expectativa que as reivindicações sejam atendidas – até porque o preço dos combustíveis, alega o Governo, continua em baixa.

“O Governo já propôs uma majoração do custo com o combustível em 20% (em sede de IRC). Medida que a Antram rejeita porque nos termos apresentados não permite atingir o valor que as empresas terão que suportar com o aumento do ISP. Actualmente, Espanha é o país que mais garante o abastecimento aos transportadores portugueses”, lê-se no comunicado da associação.

Ainda segundo a mesma, os números mais recentes apontam para que, cerca de 80% dos camiões nacionais abastecem no país vizinho, sendo que apenas 10% o fazem em Portugal, seguido de França e Alemanha, com 5% cada.

 

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