Assunção Cristas aclamada em Gondomar
Candidata assume ser católica e defende a tolerância para com o casamento e adopção de casais do mesmo sexo.
No seu último discurso do dia, Assunção Cristas escolheu um registo mais pessoal perante os congressistas. Apresentou-se como uma mulher nascida em Angola, que gosta de política — não é uma “actividade de má fama” —, católica e mãe de quatro filhos. Foi aplaudida de pé antes de iniciar a intervenção e no final.
A futura líder do CDS recordou que a política se atravessou na sua vida de professora universitária. “Sou política e digo-o com orgulho” e “estar na política não é uma actividade de má fama”, disse, reafirmando que quer “trabalhar com todos. A ex-ministra traçou o seu objectivo: “Quero fazer pelo nosso país aquilo que fiz na Agricultura e no Mar.”
Como uma mulher que nasceu em Angola em 1974 (veio no ano seguinte com os pais para Lisboa), Assunção Cristas citou um provérbio angolano: “Quem quer ir depressa vai sozinho, quem quer ir longe vai acompanhado, eu quero ir longe, muito longe, acompanhada de todos vós nesta sala e de todos os que se vão juntar a nós.”
A deputada defendeu implicitamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo e a adopção: “Sou mãe de quatro filhos, uma alegria imensa, é o meu projecto de vida e do meu marido, não me impede de achar que há outros caminhos de felicidade. Creio que a nossa sociedade deve ter toda a abertura, todo o acolhimento, todo o respeito e não é apenas tolerância, é amor, por todos os caminhos de felicidade que as pessoas queiram ter.”
Iniciando o seu discurso pontualmente às 20h, hora dos telejornais, a candidata realçou a serenidade com que o congresso estava a decorrer, depois de ouvir em jeito crítico que a reunião magna era morna e que “faltava sangue e ofensa”. “Isso é bom, lá fora as pessoas não gostam do sangue, das ofensas, se calhar é uma característica das mulheres”, afirmou, dizendo esperar “mais mulheres possam vir e aparecer no CDS”.