A Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo (Aphort) considerou, nesta terça-feira que a promessa de descida de preços no sector, defendida pelo director-geral da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (Ahresp), não só é grave, como “imprudente”.

Em entrevista ao PÚBLICO, José Manuel Esteves afirmou que os preços, afinal, vão baixar, insistindo que foi mal interpretado quando falou sobre o assunto. Em comunicado, a Aphort, outra associação do sector, diz ter recebido com “surpresa e incredulidade” a “mudança repentina de discurso”, defendendo que “não faz sentido fazer a distinção entre empresários que poderão eventualmente reflectir a descida do IVA nos preços praticados e aqueles que não o poderão fazer, como se de uma lógica de “empresários bons e empresários maus” se tratasse”.

Para a Aphort, “menos sentido faz ainda ser o próprio sector a sujeitar as suas empresas a essa pressão, devendo cada estabelecimento ter a liberdade de agir consoante a sua realidade e os seus interesses e necessidades”.

A associação sublinha que nenhuma organização que represente o sector “está em condições para poder garantir, de forma óbvia, essa descida de preços, sob pena de cair num discurso demagógico e de criar falsas expectativas nos consumidores”.

Com a reposição do IVA nos 13% para serviços de alimentação e cafetaria, a partir de 1 de Julho, as empresas irão, “mais rapidamente”, investir a receita obtida com a redução do imposto na contratação de trabalhadores, no aumento de salários, no pagamento de empréstimos “contraídos durante a época da crise”, ou na realização de novos investimentos.

“Perante qualquer um destes cenários, a garantia que poderá ser dada ao cliente é a melhoria de serviço em todos os aspectos”, defende a Aphort.

O IVA na restauração vai descer para os 13% a partir de 1 de Julho nos serviços de refeições e cafetaria. Bebidas alcoólicas e refrigerantes mantêm taxa nos 23%.