“A PGA continuará a existir como companhia do Grupo TAP, como acontece desde 2007” e todas as medidas impostas pela Autoridade da  Concorrência “destinadas a evitar que a aquisição pudesse ser utilizada para impedir outros operadores na rota Lisboa-Porto, caducaram cinco anos depois, ou seja em 2012”. Sem se referir, nem sequer entre linhas, às denuncias que têm vindo a ser feitas pelo presidente da Câmara do Porto, a TAP acaba de divulgar esta segunda-feira um comunicado onde dá conta de alguns pormenores da sua operação e que revelam, na prática, que não pretende ceder em nenhum ponto da estratégia que havia definido, e que tem vindo a ser criticada por Rui Moreira.

Se no domingo as acusações se centraram no fretamento de aviões à White, o texto divulgado esta segunda-feira incidia sobre as contas da PGA , com a divulgação de relatórios que nunca haviam sido apresentados autonomamente pela empresa. Além disso, a autarquia também recordou que em 2007 a Autoridade da Concorrência tinha, de alguma forma, tentado prevenir a criação de uma ponte aérea quando analisou a operação de concentração criada com a compra da Portugalia pela TAP.

Na nota às redacções enviada pela TAP,  a transportadora diz que a ponte aérea vai avançar mesmo a partir de 27 de Março, e terá as anunciadas 18 frequências diárias. Deu ainda pormenores sobre a frota a usar: “Na ponte aérea serão utilizados em regra quatro ATR72 com capacidade para 70 lugares” e, em “horários com maior procura”, serão utilizados Airbus da família A320. Pontualmente, “poderão ainda operar os novos Embraer190”.

Resumindo: a operação regional da TAP passa a ter um total 17 aeronaves: oito ATR72 (quatro novos e os restantes com menos de um ano - operados pela White) e nove Embraer190, operados pela PGA. Pelo caminho ficam os Fokker que eram utilizados pela PGA.  Toda a frota terá a designação da TAP Express, que, refere o comunicado “será apenas uma marca comercial”. 

A TAP confirma ainda que foram canceladas rotas com partida do Porto para quatro cidades europeias, e insiste que, “não obstante as boas taxas de ocupação os custos da operação dessas rotas”, estas “não permitem actualmente a rentabilidade da sua operação”.

No texto divulgado esta segunda-feira, Rui Moreira chamava a atenção que em nenhuma parte do relatório e contas da empresa esta referia “ prejuízos ou perdas em voos no Porto”. A TAP insiste os números: “Estas quatro rotas, significam para a TAP um prejuízo de 8,020 milhões de euros”.

Um outro tema que tem vindo a ser amplamente contestado na região do Norte, com Rui Moreira a liderar as críticas, é a criação do voo entre Lisboa e Vigo. A TAP anuncia que a sua data de arranque está apontada para 1 de Julho, e garante que a decisão “não tem qualquer relação com a operação entre Lisboa e o Porto”.

“Trata-se exclusivamente de atender um tráfego com alguma expressão da Galiza, especialmente de negócios, que não utiliza actualmente os nossos serviços via Porto e que por não existir a diversidade, o tipo de destinos e frequências disponíveis no aeroporto Sá Carneiro utilizam o “hub” de Madrid, para o qual existe uma dezena de voos diários”, diz a transportadora. E termina afirmando que é “uma oferta de 70 lugares diários que não tem qualquer impacto na operação do aeroporto Sá Carneiro”.

Já o impacto da operação TAP no aeroporto do Porto durante o próximo período IATA (final de Março a final de Outubro), começou a ser contabilizado: “a TAP terá um total de 13.563 voos contra 13.321 do ano anterior”.