Dixville Notch mantém a tradição e vota primeiro do que todos

Nove eleitores do New Hampshire exercem o seu direito logo ao bater da meia-noite.

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Os eleitores de 2012 ROGERIO BARBOSA/AFP

A cada quatro anos, pontualmente à meia-noite, os eleitores de Dixville Notch têm o privilégio de ser os primeiros cidadãos, em todo o país, a preencher um boletim de voto para escolher quem poderá tornar-se o Presidente dos Estados Unidos dez meses mais tarde. O New Hampshire é, há mais de um século, o primeiro estado a organizar eleições primárias; desde os anos 1960, aquele minúsculo círculo eleitoral é o primeiro a contar os votos — com o número de eleitores inscritos a variar entre os 10 e os 30, o exercício demora alguns segundos.

A cerimónia tem direito a transmissão em directo para todo o país: com o passar do tempo, a contagem de Dixville Notch tornou-se uma “tradição”; uma curiosidade ou excentricidade que simboliza a importância que o povo do New Hampshire atribui ao processo eleitoral – aqui todos os votos contam, orgulham-se os seus habitantes. Aliás, foi para que todos pudessem exercer esse direito que a lei estadual permite, desde 1948, que as povoações com menos de cem habitantes possam abrir as urnas à meia-noite.

Foi com base nessa prerrogativa que os proprietários do Balsams Resort, o grande hotel que na realidade compõe todo o território de Dixville Notch, decidiram começar a organizar ali a votação primária, nos anos 60. O empreendimento foi encerrado há quatro anos, para obras de reabilitação e expansão, orçadas em 143 milhões de dólares. Mas as portas estarão abertas para que a votação possa decorrer: todos os nove eleitores de Dixville Notch garantiram a sua presença. “Preservar a tradição é uma das coisas mais importantes na América”, considera Les Otten, o empresário que tem planos para transformar o hotel na maior estância de ski do Nordeste dos EUA.

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