A candidatura de Guterres

Foi oportuna e merecida a condecoração de António Guterres com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade. Além do prestígio granjeado durante os dez anos em que ocupou o cargo de alto-comissário dos Refugiados das Nações Unidas, posto que deixou em Dezembro passado, o ex-primeiro-ministro protagoniza uma candidatura importante a secretário-geral da ONU. É certo que os obstáculos são vários, dada a relevância do cargo e as múltiplas ambições que suscita, mas é inegável que Guterres está longe de ser uma carta fora do baralho. O próprio aproveitou a ocasião para baixar as expectativas, o que é lógico e inteligente da sua parte, mas o momento da cerimónia também serviu para se perceber o empenho do Estado português em todo o processo desta candidatura. O Presidente da República não podia ser mais caloroso nos elogios, a presença de António Costa e do ministro dos Negócios Estrangeiros elucidativa, a mensagem do PSD encomiástica e o apoio de Paulo Portas publicamente declarado. Restou o silêncio algo ruidoso do PCP e do BE.

 

 

 

 

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