Felipe VI encarrega Pedro Sánchez de formar Governo
Mariano Rajoy continua sem ter o apoio que exige e Felipe VI decidiu dar uma oportunidade a Pedro Sánchez.
O Rei Felipe VI encarregou Pedro Sánchez, líder do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), de formar o novo Governo de Espanha e submeter-se à investidura parlamentar. A decisão foi comunicada nesta terça-feira ao fim da tarde ao presidente do Congresso dos Deputados, Patxi López, depois das audiências com o líder socialista e com Mariano Rajoy, presidente do Governo em funções e do Partido Popular (PP). A junta dos porta-vozes do Congresso definirá agora a data-limite para a investidura.
Sánchez, que comunicou ao Rei a disponibilidade para reunir uma maioria, começará imediatamente as diligências junto das outras forças políticas. Por seu lado, Rajoy reconheceu “não poder garantir a constituição de um Governo estável”, embora continuando a defender um executivo baseado num aliança entre PP, PSOE e Cidadãos, de Albert Rivera.
O plano de Sánchez parece ser formar um Governo com o Podemos, de Pablo Iglesias, e com a Esquerda Unida, de Alberto Garzón, tentando obter no Congresso o apoio ou a abstenção do Cidadãos e de nacionalistas catalães, bascos e valencianos.
O caminho não é fácil. A situação política tem sido bloqueada por “vetos cruzados” de quase todas as forças. O PSOE recusou uma maioria com o PP, o Podemos diz ser impossível um pacto com o Cidadãos, Rivera declara jamais apoiar um Governo que inclua o Podemos ou forças independentistas, mas deverá apoiar um Governo minoritário do PSOE. No entanto, o Podemos garante que apenas apoiará um executivo de que faça parte. É o puzzle que Sánchez terá de resolver.
A aliança com Iglesias divide os socialistas, como foi patente na reunião do Comité Federal no passado sábado. Perante a resistência dos “barões” regionais, Sánchez anunciou que recorreria a um referendo entre os militantes para os acordos que fizer.
Uma das vantagens que o PSOE eleitoralmente enfraquecido retiraria da investidura de um Governo seu seria ficar com a chave para a convocação de eleições antecipadas, que parecem inevitáveis a médio prazo e cuja data será crucial.