PSD contém-se perante a eleição de Marcelo, CDS mostra-se mais entusiasmado

Declaração sóbria de Passos é justificada com o futuro relacionamento com o Presidente da República.

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Passos Coelho felicitou o PS: "Obteve uma vitória expressiva" Daniel Rocha

O PSD e o CDS “recomendavam” o voto em Marcelo Rebelo de Sousa, mas o partido de Paulo Portas mostrou-se sempre mais entusiasmado com o candidato e também esteve mais representado ao longo da campanha. A diferença voltou a notar-se na noite eleitoral: Passos Coelho opta por uma declaração seca, sem outras leituras políticas.

O líder do PSD terá considerado que a noite eleitoral não era o momento para fazer elogios à vitória de Marcelo Rebelo de Sousa nem considerações sobre o significado dos votos dos candidatos à esquerda. Como é sabido, Marcelo não era o candidato da sua preferência. O PSD não entrou em força na campanha e ficou em casa na noite eleitoral.

O ex-líder social-democrata agradeceu o distanciamento partidário. Mas a contenção que marcou o discurso oficial não é partilhada por todos. Carlos Carreiras, vice-presidente do PSD, foi um apoiante declarado de Marcelo Rebelo de Sousa desde sempre e não esconde a satisfação pela vitória. O dirigente acredita que o mandato reflectirá o que o candidato disse nas últimas semanas.

“Ele foi genuíno na campanha que fez e é aquilo que vai ser na Presidência da República”, afirma, partilhando a ideia dos consensos. “Temos de encontrar uma plataforma mínima de entendimento para ultrapassar quer os nossos problemas, quer os que vêem de fora”, defende. O presidente da Camara de Cascais concorda, no entanto, com o tom contido escolhido por Passos Coelho para reagir à vitória na noite de domingo.

O líder do PSD reconheceu que o resultado eleitoral de Marcelo lhe concede uma “autoridade inequívoca” e disse confiar que o Presidente eleito desempenhará o papel que lhe cabe na Constituição. “Não podia deixar de ser uma declaração sóbria até porque Passos Coelho terá um relacionamento institucional com o Presidente da República como líder da oposição”, sustentou o dirigente.

Muito mais entusiasmada foi a reacção de Paulo Portas, ao dizer que era “de longe” o candidato “mais preparado” e que “será um bom Presidente da República”. O líder do CDS não se coibiu de fazer leituras políticas ao dizer que o resultado eleitoral mostrou que não se repetiu a escolha pela “aliança entre a esquerda democrática e a extrema-esquerda”.

O apoio mais expresso do CDS foi sentido ao longo da campanha em que estiveram dois vice-presidentes do partido – Nuno Melo e Diogo Feio - ao contrário do PSD. que apenas se fez representar por deputados e líderes distritais.

Diogo Feio, que declarou apoio público e esteve numa iniciativa de campanha em Lisboa, mostra-se satisfeito com a eleição. O dirigente acredita que o mandato de Marcelo será "bastante previsível e totalmente livre", mas que não deixará de avaliar as "circunstâncias políticas". Em caso de crise política, o vice-presidente centrista acredita que "Marcelo tentará até ao limite ver quais são as soluções que o Parlamento dá" e que "as eleições serão o último recurso". 

 

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