Mau tempo: Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, em Coimbra, fechado "durante meses"

Uma semana depois das cheias, o mosteiro ainda se encontra parcialmente submerso.

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A água subiu cinco a seis metros acima do nível normal junto ao mosteiro Sérgio Azenha

A directora regional da Cultura do Centro, Celeste Amaro, disse nesta segunda-feira à agência Lusa que o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha vai estar encerrado "durante meses" devido às cheias que ocorreram em Coimbra no dia 12. O mosteiro "vai ter de levar obras de recuperação e restauro", sendo expectável que esteja fechado a visitas durante "meses", acrescentou. No entanto, o seu centro interpretativo vai abrir na terça-feira.

Uma semana depois das cheias, o mosteiro, que é monumento nacional, ainda se encontra parcialmente submerso, mas a profundidade da água "já baixou 1,5 metros" devido ao uso de bombas próprias para retirar água. A partir de hoje e possivelmente até ao final da semana, uma bomba dos bombeiros "vai drenar a água para o rio Mondego", entre as 10h00 e as 17h00, num trabalho que conta com o acompanhamento de uma equipa técnica da Direcção Regional da Cultura do Centro, declarou Celeste Amaro, que espera que seja possível entrar no mosteiro "até ao final da semana".

O recurso aos bombeiros só agora foi possível, porque apenas no domingo "o fluxo do Mondego normalizou", explicou. Quanto ao impacto das cheias, disse que só após a retirada das águas do mosteiro será possível "contabilizar os reais prejuízos", continuando a ter a intenção de enviar o relatório dos danos provocados à EDP, concessionária da Barragem da Aguieira.

"Esperemos que o mosteiro não esteja muito tempo fechado". Ainda por cima, sendo 2016 o ano de "comemorações dos 700 anos" do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, reaberto em 2009, depois de uma intervenção que custou cerca de 16 milhões de euros, seis milhões dos quais no sistema de contenção de águas, "cortina" que foi ultrapassada no passado dia 12.

Desde 2009, ano de reabertura do monumento a visitantes, "que não tinha existido nada disto", contou a directora da DRCC, afirmando não acreditar que, em pleno século XXI, as cheias "não tenham sido erro de alguém".