Primeiro caso ligado ao vírus de Zika nos EUA identificado no Hawai

Bebé foi infectado pelo vírus ainda na barriga da mãe, que viveu em Maio no Brasil. Em Portugal há quatro casos diagnosticados.

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O vírus foi isolado pela primeira vez em 1947, num macaco oriundo da floresta de Zika, no Uganda. AFP PHOTO / NELSON ALMEIDA

Num comunicado divulgado na noite de sexta-feira, o governo do Estado do Hawai anunciou ter recebido do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças norte-americano (CDC) a confirmação de que um bebé recém-nascido com microcefalia e que foi infectado pelo vírus ainda na barriga da mãe.

A mulher, que deu à luz na ilha de Oahu, Hawai, viveu no Brasil durante o mês de Maio de 2015, altura em que as autoridades havaianas acreditam que tenha contraído o vírus de Zika nos primeiros meses de gravidez. O Departamento de Saúde esclareceu ainda que não existe perigo de contágio.

Apesar de ainda não se ter provado que o vírus causa a microcefalia, pensa-se que é no primeiro trimestre de gestação que os fetos estão mais vulneráveis ao vírus, que tem sido descrito como uma das novas ameaças mundiais. O caso tem maior expressão no Brasil, onde o número de recém-nascidos com microcefalia aumentou de forma alarmante nos últimos meses, associado ao vírus de Zika, que chegou ao país em Maio passado. Em Dezembro, o governo brasileiro declarou o estado de emergência e os receios aumentam com a aproximação de grandes eventos como os Jogos Olímpicos, que se realizam no Rio de Janeiro, em Agosto.

No final da semana passada, o CDC dos Estados Unidos emitiu um alerta para que mulheres grávidas evitem viajar para o Brasil e outros 13 países da América Latina onde o vírus circula. No Brasil, estima-se que o vírus de Zika já tenha infectado entre 440.000 e 1.300.000 pessoas, segundo um comunicado do Instituto Pasteur, que anunciou ter sequenciado o genoma deste vírus. Este sábado a Folha de São Paulo dava conta de um surto da doença em Ribeirão Preto (a cerca de 300 km de São Paulo), onde foram identificados 62 casos num mês.

DGS faz recomendações
Em Portugal, a Direcção-Geral de Saúde (DGS) confirmou a existência de quatro casos diagnosticados com o vírus: “Foram, até ao momento, confirmados laboratorialmente pelo Instituto Ricardo Jorge quatro casos que ocorreram em cidadãos portugueses que regressaram do Brasil. Todos evoluíram favoravelmente”, lê-se num comunicado divulgado na passada sexta-feira.

O vírus de Zika é transmitido aos seres humanos por picada de mosquitos infectados, não se transmitindo de pessoa a pessoa. Os sintomas e sinais clínicos da doença são febre, erupções cutâneas, dores nas articulações, conjuntivite, dores de cabeça e musculares. Com menor frequência, podem ainda ocorrer dores nos olhos e sintomas gastrointestinais.

A DGS aconselha todos os cidadãos que se desloquem para áreas afectadas a ter cuidado com as picadas de mosquito, em especial as mulheres grávidas ou a tentar engravidar. Aconselha ainda os viajantes provenientes de uma área afectada, que apresentem até 12 dias após a data de regresso os sintomas da doença, que contactem a Linha Saúde 24 referindo a viagem. Quanto às grávidas é recomendado que "consultem o seu médico assistente mencionando a viagem".

Recentemente, foram notificados casos de doença por vírus Zika no Brasil, Cabo Verde, Colômbia, El Salvador, Fiji, Guatemala, México, Nova Caledónia, Panamá, Paraguai, Porto Rico, Samoa, Ilhas Salomão, Suriname, Vanuatu, Venezuela, Martinica, Guiana Francesa e Honduras.

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