Jerónimo insta flagelados pela política PSD/CDS a não votar Marcelo

Líder do PCP com Edgar Silva no Porto.

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Jerónimo de Sousa é secretário-geral desde 2004 Daniel Rocha

O líder comunista, Jerónimo de Sousa, instou neste domingo trabalhadores, reformados, pensionistas, pequenos e médios empresários a não votarem em Marcelo Rebelo de Sousa nas presidenciais porque estariam a votar como os executores da política que os flagelou.

No Pavilhão Rosa Mota, Porto, o discurso do secretário-geral durou 38 minutos e antecedeu o do candidato presidencial Edgar Silva, face a perto de 4.000 apoiantes.

"Todos aqueles que foram flagelados durante quatro anos pela política do Governo PSD/CDS devem interrogar – ‘podem, porventura alguma vez, juntar o seu voto ao voto de Passos [Coelho], Paulo [Portas], do Presidente da República [Cavaco Silva]?' Não, camaradas, o nosso voto também deve corresponder a essa vitória que conseguimos, sobre os seus executores, não votando igual a Passos Portas e Cavaco Silva", apelou.

Segundo Jerónimo de Sousa, "a ligação partidária de cada um não é motivo para ser disfarçada e muito menos para ser motivo de crítica ou diminuição duma candidatura", porém será inaceitável "que se procure iludir e esconder a vinculação de Marcelo Rebelo de Sousa ao PSD".

"Foi presidente do PSD, foi conselheiro indicado por Cavaco Silva, foi deputado, autarca e por aí fora. Se isto é ser independente, vou ali e já venho, camaradas! Dizem-nos alguns, bem-intencionados, que Marcelo Rebelo de Sousa fez umas críticas, dava umas bicadas, ao PSD e ao Governo, mas é o próprio Marcelo Rebelo de Sousa que dá a resposta. Numa entrevista a um jornal, ele teve esta pérola: mesmo quando não parece estou sempre a defender o PSD. Aqui está a resposta notável", criticou.

Para o líder comunista, Rebelo de Sousa "é o candidato do PSD e do CDS", pois "é nele que PSD e CDS apostam para tirar a desforra da derrota que sofreram em Outubro, é nele que vêem o instrumento para recuperarem a sua agenda de destruição e afundamento do país".

A líder parlamentar do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), Heloísa Apolónia, caracterizara antes Edgar Silva como "um candidato que se apresenta sem máscara, ao contrário de outras candidaturas e candidatos", citando também o caso do antigo presidente do PSD, Rebelo de Sousa.

"Está na sua natureza, eles são assim. Marcelo é da mesma escola política de Cavaco Silva, representa a possibilidade de travar medidas que podem gerar mudança", apontou a dirigente ecologista, nomeando ainda a também candidata presidencial e ex-presidente do PS Maria de Belém como outra personalidade permeável aos "interesses dos poderosos e das elites europeias".

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