Em 2016 vamos ouvir falar deles
Muito haverá para ouvir nos próximos meses, de James Blake a PJ Harvey, de Animal Collective a Antony.
Para começar o ano nada melhor do que o novo álbum de David Bowie, Blackstar, que é editado oficialmente esta sexta-feira e sobre o qual falámos aqui na semana passada. Mas Janeiro é rico em lançamentos que interessam. As madrilenas Hinds, que têm dado nas vistas em concertos com um rock cru e directo, estreiam-se com Leave Me Alone, enquanto os ingleses Daughter tratarão de reconquistar quem se deixou maravilhar pela sua sonoridade envolvente com o segundo álbum Not To Disappear.
Os americanos Chairlift, que estiveram em Dezembro no festival Vodafone Mexefest em Lisboa, revelaram aí algumas canções do álbum Moth, obra de pop exuberante marcada pela vivência nova-iorquina, como nos confessaram em entrevista. O veterano John Cale propõe uma aventura arriscada: retrabalhar o magnífico álbum Music For a New Society de 1982, transformando-o em M:Fans. Os retornos dos veteranos Tindersticks (The Waiting Room) e Suede (Night Thoughs), dos ingleses Bloc Party (Hymns) e mais um álbum de rock feroz do americano Ty Segall (Emotional Mugger) são outros dos destaques do primeiro mês do ano.
Para Fevereiro haverá de contar com a pop de guitarras infecciosa dos americanos DIIV com Is The Is Are, ou com a pop electrónica dos canadianos Junior Boys em Big Black. Os Animal Collective são outra grande expectativa com o seu novo Painting With, do qual já se pode ouvir o refrescante single FloriDada. Depois de uma estreia auspiciosa, a americana Santigold desapareceu um pouco do mapa, pelo que o seu terceiro álbum, 99c, poderá constituir a derradeira tentativa de cimentar o seu percurso.
Em Março dois dos grupos que marcaram os anos 1990 – os Primal Scream e os Underworld – voltam aos álbuns de originais com, respectivamente, Chaosmosis e Barbara Barbara, We Face a Shining Future. Mas a maior parte dos lançamentos mais aguardados do ano ainda não tem data de edição fixada. É o que acontece com o sempre controverso Kanye West, que tem vindo a revelar alguns dos sons que compõem o seu novo Swish. Outra grande aposta para o corrente ano promete ser Boys Don’t Cry, ou seja o segundo álbum de Frank Ocean, voz com soul lá dentro.
No campo da soul, com rasgos do antigamente, haverá de contar com novo registo, intitulado Changes, do veterano Charles Bradley. No campo do rock expectativas direccionadas para os Radiohead, que se encontram em estúdio, ou para os americanos The Strokes que tentarão recuperar alguma da aura perdida nos últimos anos. Os nomes dos ingleses The xx e de James Blake têm andado a par desde que deram nas vistas há cerca de seis anos e em 2016 vai voltar a acontecer, com novos álbuns em carteira. O terceiro disco de Blake já tem nome, chama-se Radio Silence.
Figuras de culto são também M.I.A., que prosseguirá a sua via politizada desta feita em torno dos refugiados no novo álbum, e Antony, que dará a ouvir uma nova façanha com a designação ANOHNI. O americano Johnny Jewel, o homem forte por detrás da pop voluptuosa dos Chromatics e dos Glass Candy, promete regressar com os dois projectos. Quem vai ter mais um ano ocupado é Damon Albarn, que volta a liderar os Gorillaz e a participar nos The Good, the Bad & the Queen. Sobre o novo álbum de PJ Harvey já muito foi falado – recorde-se que o ano passado foi dada oportunidade ao público de assistir ao processo de gravação – mas quase nada se ouviu. E no entanto, depois da aclamação generalizada com Let England Shake (2011), não restam dúvidas de que se trata de um dos discos mais esperados de 2016.
Dos nomes de grande impacto público que atravessarão o ano, o destaque vai para Songs Of Experience, o sucessor de Songs Of Innocence (2014) dos U2, ou para a cantora Rihanna com Anti, embora a surpresa possa vir de Beyoncé, dos Nine Inch Nails, dos Mettalica ou dos Red Hot Chili Peppers que terão passado os últimos tempos a trabalhar com o produtor Danger Mouse.
O veterano Elton John revela-se já nos primeiros meses do ano com Wonderful Crazy Night, enquanto Kate Perry – a figura da música que mais amealhou em 2015 segundo a Forbes – deverá esperar pela segunda metade do ano para divulgar novas canções.
Na música feita em Portugal também não faltam novidades. Os Paus divulgarão já em Fevereiro o novo Mitra, enquanto Sirumba dos Linda Martini será ouvido em Abril. Quem terá também novo disco serão os Orelha Negra de Sam The Kid, que assinará um outro disco em conjunto com Mundo Segundo. Noutra vertente, atenções viradas para Rodrigo Leão, na companhia do cantor australiano Scott Matthew. Os Sensible Soccers, Samuel Úria, Deolinda, Throes & The Shine, Jibóia, Filho da Mãe, Mike El Nite, NBC, a estreia dos Ghost Hunt e o álbum luso-brasileiro entre Emicida, Rael, Valete & Capícua, são outras edições confirmadas.