O que é uma bomba de hidrogénio?
Primeiro há reacções de fissão nuclear e em seguida de fusão nuclear.
Este artigo foi originalmente publicado em 2016. Recuperamo-lo na sequência do mais recente ensaio nuclear norte-coreano.
Numa bomba de hidrogénio, uma grande parte da sua energia é obtida através da fusão dos núcleos dos seus átomos – reacções que imitam o que se passa no interior das estrelas, como o nosso Sol, onde os átomos de hidrogénio se fundem, dando origem a átomos de hélio e libertando gigantescas quantidades de energia.
Mas para que os átomos de hidrogénio se fundam nesta bomba, também conhecida como "bomba H" ou "bomba termonuclear", primeiro tem de haver um outro tipo de reacções nucleares. Mais exactamente, reacções de fissão nuclear, ou cisão nuclear. Neste caso, o núcleo dos átomos (de urânio e plutónio) é partido, em vez de fundido, e é a energia libertada nestas primeiras reacções nucleares que permite depois desencadear as reacções de fusão dos núcleos de hidrogénio. Resumindo, primeiro há reacções de fissão nuclear e em seguida de fusão nuclear.
O resultado é uma bomba nuclear muito mais poderosa do que as bombas unicamente de fissão nuclear, como aquelas que foram lançadas pelos Estados Unidos sobre as cidades japonesas de Hiroxima e Nagasáqui em 1945.
Os principais pais da bomba de hidrogénio são Edward Teller e Stanislaw Ulam, que a desenvolveram para os Estados Unidos. O primeiro teste ocorreu em 1952, no atol de Eniwetok, nas ilhas Marshall, no Pacífico. O atol ficou totalmente destruído. Mike, como foi baptizada a primeira bomba H, tinha uma potência gigantesca: mais de dez milhões de toneladas de TNT. Ora uma bomba de hidrogénio com esta potência liberta 800 vezes mais energia do que a bomba lançada sobre Hiroxima.
Três anos depois dos Estados Unidos, a União Soviética fez explodir a sua primeira bomba de hidrogénio.