Nuno Melo anuncia decisão sobre candidatura na próxima semana
Portas deixará Parlamento após o congresso do CDS-PP que será marcado para Março ou Abril. Pedro Mota Soares já fez saber que não se candidata.
A decisão de Nuno Melo avançar para a liderança do CDS só deverá ser conhecida na próxima semana, depois do Conselho Nacional marcado para esta sexta-feira. Os possíveis candidatos – Nuno Melo e Assunção Cristas – não querem iniciar um debate em torno da sucessão de Paulo Portas na reunião que pode ser a última em que o líder estará em plenas funções. Portas só deverá abdicar de ser deputado depois do congresso.
Os dirigentes centristas aguardam uma decisão do eurodeputado Nuno Melo sobre se é candidato à liderança do CDS no próximo congresso que será marcado em Março ou Abril. O vice-presidente do CDS tem recebido muitos incentivos para avançar, alguns dos quais manifestados na sua página do Facebook. Um dos apoios já expressos é o do porta-voz do partido, Filipe Lobo d'Ávila. Caso o vice-presidente avance, o seu nome poderá vir a conquistar amplo consenso, já que Assunção Cristas não está disponível para esse duelo.
Nuno Melo é o dirigente mais popular no partido depois de Paulo Portas. É certo que, caso anuncie a sua disponibilidade, contará com o apoio das maiores distritais do partido como Lisboa, Porto, Braga e Aveiro. São estas estruturas que elegem mais delegados ao congresso que vai decidir o sucessor do actual líder.
Caso venha a ser candidato, o eurodeputado teria de renunciar ao seu mandato em Bruxelas, já que a acumulação da função de presidente do partido com a de deputado europeu foi uma das críticas lançadas a José Ribeiro e Castro quando liderou o CDS (2005-2007). Como Nuno Melo entrou nas listas de deputados à Assembleia da República (o último por Braga), pode vir a assumir um lugar no Parlamento caso três nomes à sua frente renunciem ao mandato.
Por outro lado, Pedro Mota Soares e João Almeida deram conta que se afastaram da corrida. Quanto a Filipe Anacoreta Correia, rosto do Movimento Alternativa e Responsabilidade, corrente crítica da direcção de Portas, ainda está em reflexão sobre a posição que assumirá perante a sucessão. O conselheiro nacional espera para conhecer o candidato ou os candidatos que se perfilam para tomar uma decisão sobre o apoio ou mesmo para se apresentar como candidato a líder. Em última análise, até o próprio movimento pode ser repensado.
“Faz sentido manter a atitude crítica como no passado? Depende do projecto que aí vier. Até pode ser surpreendente”, questiona, referindo que tem sentido “entusiasmo e mobilização” por parte dos militantes em torno do novo ciclo do partido.
O próximo Conselho Nacional foi agendado para preparar e marcar a data do próximo congresso, mas poderá ficar marcado pela despedida a Portas. Conselheiros nacionais contactados pelo PÚBLICO dizem ser sua intenção agradecer e prestar homenagem ao líder que esteve à frente do partido nos últimos 18 anos, depois desse momento já ter sido vivido na comissão política de 29 de Dezembro quando Portas anunciou que não se recandidatava a presidente do CDS.
O ainda líder do partido – o mandato termina este mês - já não pretende fazer mais nenhum debate quinzenal com o primeiro-ministro depois de dia 15 e deverá deixar o Parlamento depois de eleito o seu sucessor no congresso. Para o seu lugar entrará Filipe Anacoreta Correia.