Tiger Woods faz 40 anos, carreira num limbo
Antigo dominador da modalidade não descarta hipótese de nunca mais voltar a competir
No início deste mês, o antigo dominador do golfe mundial deu uma conferência de imprensa que a todos os adeptos da modalidade entristeceu, na antevisão do Hero World Challenge, uma prova milionária com 18 jogadores de elite de que é o anfitrião, e cujas receitas revertem para sua fundação.
“Não vejo quaisquer perspectivas, nem há nada que possa fazer”, lamentou. “Onde está a luz ao fundo túnel? Não sei. Oiço o meu cirurgião, oiço os meus fisioterapeutas e levamos as coisas dia a dia. Deus queira que o dia-a-dia traga algo de positivo brevemente.”
Este foi um momento de viragem na abordagem de Tiger Woods ao seu futuro. Em vez do optimismo e confiança que sempre revelou – mesmo em recuperação e muitas vezes arrastando-se pelos relvados –, surgiu um atleta lesionado em declínio ruminando melancolicamente sobre o eventual fim da sua notável carreira, com 79 vitórias no PGA Tour (só Sam Snead tem mais) e 14 majors conquistados – o último dos quais no Open dos EUA de 2008.
O seu objectivo final de superar o recorde dos 18 majors de Jack Nicklaus parece já uma miragem e, perante isto, Tiger Woods mostra resignação: “Nos meus 20 anos de carreira [profissional], acho que consegui muito… Espero voltar ao campo e competir com os outros tipos… mas, se não for esse o caso, então encontrarei outras vias”, disse na ocasião.
Numa entrevista à revista Time, o antigo dominador do golfe mundial não descarta a possibilidade de nunca mais jogar. “Todos os que passaram pelo mesmo processo dizem-me a mesma coisa: não sabes. Com uma articulação, não sabes. Com um nervo, não sabes. Falei com Peyton [Manning, estrela do futebol americano] sobre o seu pescoço e sobre aquilo que tem passado. É difícil como atletas, quando não sabes. A coisa mais importante, no entanto, é que consigo ter uma vida com os meus filhos. Isso é mais importante do que o golfe. Cheguei agora a essa conclusão.”
Antes do Natal, Woods publicou um texto no seu website. Fala do ano difícil de 2015, em que não só se debateu com problemas físicos como operou mudanças no seu swing. Espera que em 2016 possa voltar a jogar sem dores e a conquistar um lugar na selecção dos EUA na Ryder Cup, mas isto como se fosse uma remota esperança.
Faz uma resenha da sua carreira profissional, elegendo o seu primeiro título no Masters (em 1997), o seu Grand Slam (quando venceu cada um dos quatro majors consecutivamente, mas não no mesmo ano) e a série de 142 cuts consecutivos como os momentos de maior significado para ele. E mostra-se impressionado pela constante evolução na tecnologia do equipamento.
“Ultimamente têm-me perguntado muito qual é a sensação de ter jogado no PGA Tour durante 20 anos”, escreve, para logo responder. “Eu vivo em anos cão desde que me tornei profissional em 1996, por isso são 140 anos. Parecem 140 mas também parecem cinco. É espantosa a rapidez com que passou, mas também a lentidão. Sei que é uma contradição, mas é essa a sensação.”
A mesma contradição encontra-se sobre o assinalar dos seus 40 anos: “Os meus amigos perguntam-se como é fazer 40 anos e a minha resposta é: ‘Depende de quando me perguntares.’ Mentalmente, quem me conhece sabe que é como se fosse um miúdo de cinco anos. Fisicamente, por vezes sinto-me velho, outras como um adolescente. Não gosto dos pólos opostos dos dois. Gostaria de estar algures no meio em que me sinta com 40.”
E onde se vê ele daqui a 10 anos? “Ainda estou a jogar golfe ao mais alto nível ganhando torneios e majors. A minha fundação foi implementada ao longo do globo, e teremos ajudado não apenas milhões, mas quando eu tiver dito e feito tudo com a minha vida nesta terra, serão espero que biliões.”
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