Segunda Circular vai ter obras para “acentuar” o seu “carácter urbano”

O presidente da Câmara de Lisboa admite que se trata de uma “via de grande perigosidade”.

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A câmara quer “reduzir” o tráfego de atravessamento numa das vias mais concorridas da cidade Miriam Lago

A Câmara de Lisboa deverá apreciar na próxima semana um projecto que o seu presidente qualifica como “estruturante para a vida da cidade”: uma intervenção na Segunda Circular, através da qual se pretende “acentuar o carácter urbano” desta via e “reduzir” o tráfego de atravessamento.

Já em 2010 o vereador do Urbanismo tinha defendido a necessidade de se “redesenhar” aquela artéria. “Com a conclusão da CRIL, é possível transformar a Segunda Circular numa via de carácter mais urbano, mais próximo do conceito de boulevard”, afirmou na altura Manuel Salgado, acrescentando que havia “uma série de oportunidades a estudar”.

Mais de cinco anos depois, o presidente da câmara anunciou que “até ao final do ano” este órgão irá aprovar o projecto para aquela que admitiu ser “uma via de grande perigosidade e com dificuldades de circulação”. Reconhecendo que no local existem “problemas sensíveis de segurança em vários pontos”, Fernando Medina atribuiu a situação a vários anos de “ausência de investimento”.

À lista de problemas da Segunda Circular, o autarca socialista acrescentou o facto de esta ser “em simultâneo uma via de atravessamento urbano e de acesso ao aeroporto” e a “necessidade de [haver] uma intervenção profunda nos pavimentos, na iluminação pública e na sinalização das vias”.

Na intervenção que fez esta terça-feira na Assembleia Municipal de Lisboa, Fernando Medina não adiantou qual o investimento em causa ou qual o prazo previsto para a sua conclusão. Entre as informações que prestou, o autarca fez saber que estão previstas a abertura de “uma ligação directa” entre a Segunda Circular e a Calçada de Carriche e a “renovação completa do separador central”, que será “alargado e arborizado”.

Fernando Medina, que falava durante a apresentação da informação escrita do presidente relativa ao período entre 1 de Setembro e 31 de Outubro, anunciou ainda que “dentro em breve” será colocado em “discussão pública” o “plano de desenvolvimento” para a Praça de Espanha.

Segundo o autarca, está previsto que passe a haver “uma ligação directa entre a Avenida de Berna e a Avenida Calouste Gulbenkian, e entre a Avenida António Augusto de Aguiar e a Avenida dos Combatentes”. A ideia base da proposta do município, explicou, é que a área em causa passe a ser “verdadeiramente uma praça”, “com uma zona verde para usufruto de todos”.

Na sua intervenção, o presidente da câmara não esqueceu a alienação em hasta pública do terreno da antiga Feira Popular. O prazo para a apresentação de propostas terminou no passado dia 2 de Dezembro, tendo à autarquia chegado apenas “três manifestações de interesse firmes e fundamentadas” de investidores, acompanhadas de solicitações para a prorrogação do prazo para a entrega das candidaturas.

Fernando Medina fez saber esta terça-feira que irá promover reuniões com os três investidores para “avaliar com detalhe e rigor quais as condições materiais que estão a ser colocadas”, admitindo que delas possam sair “adaptações” aos termos que tinham sido propostos pela autarquia. Depois disso, acrescentou, serão promovidos encontros com as forças políticas representadas na câmara e na assembleia municipal, com o objectivo de se tentar chegar a uma posição comum sobre a matéria.

Notando que tem havido “uma profusão muito grande de notícias” sobre este processo, o autarca disse saber bem qual a sua “fonte, origem e intenção”. “A câmara é totalmente imune a todas as pressões de privados que tenham por objectivo a desvalorização do património municipal”, rematou.

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