Hollande, o "homem forte da esquerda fraca"

A liderança de Sarkozy e a sua candidatura à presidência em 2017 jogam-se esta noite.

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Hollande espera poder tirar algo de positivo destas eleições STEPHANE DE SAKUTIN/AFP

O que será de François Hollande e de Nicolas Sarkozy, os eternos rivais para as próximas eleições presidenciais, em 2017, após as regionais? O futuro do líder d'Os Republicanos não se está a afigurar risonho, e o do Presidente da República, pelo menos nos seus cálculos, talvez seja positivo, como "o homem forte da esquerda fraca".

A contestação interna à estratégia eleitoral de Sarkozy, de apostar em temas próximos dos interesses da extrema-direita, como o controlo da imigração e a segurança, subiu de tom. Nem na região de Provence-Alpes-Côte d'Azur, que em 2012 foi a mais sarkozysta, isso valeu alguma coisa ao candidato d'Os Republicanos, Christian Estrosi, que ficou 15 pontos atrás de Marion Maréchal-Le Pen. Sarkozy perdeu autoridade e reconheceu, para surpresa geral, que será preciso discutir a estratégia – não sem antes dizer que "não é imoral" votar na FN.

Xavier Bertrand, que enfrenta Marine Le Pen na região Norte-Pas-de-Calais-Picardia, pediu-lhe que se calasse. Aliás, durante esta última semana, os candidatos do seu partido tentaram manter o máximo de distância com ele. A contestação pode começar já neste domingo à noite.

Quanto a Hollande, próximos do Presidente dizem ao Le Monde, geralmente bem informado, que não esperam um resultado "assim tão catastrófico" e que, na perspectiva de uma recandidatura em 2017, ele pode surgir reforçado, como "a última defesa" perante Marine Le Pen e a extrema-direita, sobretudo se Os Republicanos não conseguirem arrumar a sua casa, e encontrar uma só voz que os represente a todos.

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