Proposta final de acordo climático está pronta e Hollande junta-se a ministros

Versão final do acordo será divulgada esta manhã, mas ainda tem de ser discutida e aprovada.

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Em paralelo com a cimeira do clima de Paris, realizaram-se inúmeras manifestações em defesa das energias renováveis MARTIN BUREAU/AFP

O texto final de um novo tratado para travar o aquecimento global será apresentado na manhã deste sábado na cimeira do clima em Paris, com a presença do Presidente francês, François Hollande.

Depois de um dia suplementar de negociações, o texto estará pronto e livre de divergências, segundo a agência AFP. Mas ainda necessita de discussão e aprovação formal numa sessão plenária, que deverá ocorrer esta tarde.

A apresentação do texto está marcada para as 11h30 (10h30 em Lisboa), no centro de exposições de Le Bourget, nos arredores de Paris. A previsão anterior era que fosse distribuído às 9h (8h em Lisboa), mas problemas de tradução para as línguas oficiais da ONU obrigaram a um adiamento.

A presença de Hollande foi confirmada por uma fonte do Palácio do Eliseu, citada pela agência AFP.

Se for aprovado, como se prevê, o acordo representará uma nova fase na luta contra as alterações climáticas, rumo a um futuro sem combustíveis fósseis. Substituirá o Protocolo de Quioto, de 1997, que obrigava apenas os países desenvolvidos a reduzir as suas emissões de CO2, mas que foi rejeitado pelos Estados Unidos e posteriormente por outros países.

O acordo baseia-se naquilo que os países se propõem a fazer, e não em obrigações determinadas de cima para baixo. Das 195 nações que integram a convenção climática da ONU à qual está vinculado o acordo de Paris, 185 apresentaram, antes da cimeira do clima, os seus planos nacionais com metas para reduzir ou limitar as emissões de gases com efeito de estufa até 2025 ou 2030. O esforço não é suficiente e, se nada mais for feito, a temperatura da Terra vai subir entre 2,7º e 3,7oC até ao final do século, com consequências catastróficas para a humanidade.

 A revisão regular e o reforço destes planos – conhecidos pela sigla INDC – são um ponto central do acordo. Tudo indica que a frequência desta revisão terá ficado atrelada a uma reavaliação simultânea do financiamento aos países menos desenvolvidos, para que possam enfrentar os desafios das alterações climáticas.

Na última versão do acordo, tinha-se fixado o objectivo de limitar o aumento da temperatura global a um nível “bem abaixo dos 2oC”, com preferência para um valor mais baixo, 1,5oC.

A forma para lá se chegar ainda estava em discussão na noite de sexta-feira para sábado. Uma formulação inicial, em que os países se comprometiam a atingir a “neutralidade” das emissões de gases com efeito de estufa na segunda metade deste século, terá sido substituída por outra alternativa. Na sexta-feira, cientistas criticaram a ideia da “neutralidade”, dizendo que é necessário um compromisso para o fim do uso dos combustíveis fósseis até 2050.

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