PSD defende um “governo em plenitude de funções”

Horas depois do Presidente da República ter desdramatizado os governos de gestão, Marco António Costa recusou este cenário.

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Marco António Costa acentuou os "sinais ténues" de crescimento Nuno Ferreira Santos

O porta-voz do PSD, Marco António Costa, defendeu esta segunda-feira a necessidade de haver um “governo em plenitude de funções” e não um governo de gestão que “não serve o interesse nacional”. A posição foi assumida à margem da comissão política nacional do PSD, a decorrer na sede em Lisboa, e horas depois de o Presidente da República lembrar que liderou, nos anos 80, um governo em gestão durante cinco meses.

“O país precisa de um Governo em plenitude de funções, capaz resolver os problemas que o país tem de enfrentar e um governo de gestão, seja ele qual for, que não esteja capacitado para resolver com segurança os problemas do país, não está a servir o interesse nacional”, afirmou Marco António Costa, quando questionado sobre as declarações de Cavaco Silva sobre vários executivos que estiveram em gestão durante meses em cumprimento de prazos eleitorais. Mas o dirigente não esclareceu directamente se o PSD prefere ficar em gestão até que possam ser convocadas eleições ou se deve ser nomeado um outro primeiro-ministro. Certo é que manteve o tom crítico ao PS.

À semelhança do que fez o líder do PSD e primeiro-ministro na passada semana, Marco António Costa apontou o dedo ao PS que se aliou aos “partidos radicais” para uma maioria negativa. “Esta maioria negativa sob a liderança do PS assume uma acção com contornos que só podem ser golpe politico e fraude eleitoral ao aproveitar circunstâncias especiais, o que já foi designada por um semestre branco”, afirmou.

O teor dos acordos assinados pelos partidos à esquerda voltou a ser colocado em cheque. “Os acordos bilaterais não revelam a consistência e coerência capazes de dar o que estabilidade que o país precisa”, disse, confrontando o líder dos socialistas com as suas garantias dadas a 4 de Outubro. “É por demais evidente a não existência de uma maioria sólida e positiva como a que foi prometida por António Costa na noite eleitoral”, vincou, condenando a recusa do PS em fazer uma revisão constitucional extraordinária que o líder don PSD pediu na semana passada.

O porta-voz do PSD escusou-se ainda a comentar declarações de Passos Coelho, proferidas esta segunda-feira de manhã, em que sugeriu que Portugal terá um novo Governo dentro de duas semanas, por considerar que elas foram captadas sem autorização. As palavras do primeiro-ministro foram transmitidas esta manhã ao ex-presidente do Conselho Europeu Herman van Rompuy durante uma conversa informal e quando estavam câmaras de televisão e fotógrafos na sala da residência oficial. 

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