Marcelo defende que deve haver Governo “rapidamente”
De visita aos Açores, o candidato falou de poderes presidenciais
O candidato a Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa considerou este domingo, nos Açores, ser “fundamental” ter um executivo para governar, “rapidamente”, uma vez que o país se encontra parado na sequência da crise política.
“Eu penso que é fundamental que haja um governo que governe, rapidamente, porque há muita coisa parada. A administração pública fica à espera, os investimentos ficam à espera. A definição de um governo que governe e que possa durar é muito importante, na vida de muitas pessoas, que acabam por depender disso”, declarou Marcelo aos jornalistas, em Rabo de Peixe, na ilha de São Miguel, nos Açores.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que os portugueses começam a achar que o mecanismo nacional de formação de um governo “é lento”. Muito embora salvaguarde que essa situação já aconteceu “muitas vezes no passado”, em Portugal, o candidato fez notar que existem países que funcionam de forma mais rápida, para acentuar ser crucial avançar com um novo executivo.
O candidato presidencial afirma ver o que se passa no actual cenário político nacional, tal como vê o que pode acontecer nos próximos cinco anos, não se podendo “mudar de posição, quando se trata de poderes do Presidente da República, de acordo com a cor de quem está envolvido”.
“É muito importante que o país saía da crise e depressa. Isso significa um Governo que governe e que seja estável, que não passe apenas no Parlamento mas que tenha condições para não durar poucos meses, ou um ano ou um ano e meio, mas uma legislatura”, acrescentou.
O candidato afirmou que, no caso de ser eleito, se for confrontado com um cenário de crise como o actual, no seu mandato, sabe “exactamente” o que fará, para acrescentar que, estar a entrar no confronto partidário, é “justamente o oposto” do que deve fazer o Presidente da República.
Questionado sobre a proposta de revisão constitucional do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, para a realização de legislativas, o candidato considera que, no fundo, o que se tem falado, é sobre o poder de dissolução do Presidente da República, figura que entende dever exercer na plenitude os seus poderes, se assim o entender. “Agora, deve ajuizar se exerce ou não no momento adequado e em função das circunstâncias, ou seja, como é que o Governo actua, as relações com o Parlamento, a sua composição, as saídas possíveis. Deve ser nesse quadro que a questão deve ser encarada”, disse.