Consórcio para criar vacina contra o VIH recebe 23 milhões de euros
Instituições científicas de 11 países recebem dinheiro da União Europeia para acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da sida.
Um consórcio de 22 instituições recebeu 23 milhões de euros para acelerar o desenvolvimento de uma vacina contra o vírus da imunodeficiência humana (VIH), segundo um comunicado divulgado nesta segunda-feira. O financiamento atribuído pelo programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia será usado para encontrar as melhores candidatas a vacinas.
O consórcio é liderado pelo Imperial College em Londres, no Reino Unido, e conta com a colaboração de universidades e empresas de mais oito países europeus (Alemanha, Áustria, Espanha, França, Holanda, Hungria, Itália e Suécia), e ainda da Austrália e do Canadá.
Há 30 anos que se tenta desenvolver uma vacina contra o HIV, mas sem sucesso. Este vírus mata células do sistema imunitário e acaba por deixar as pessoas vulneráveis a qualquer microorganismo, desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida, ou sida. Sem tratamento, os doentes acabam por morrer das infecções que se propagam pelo corpo. Apesar de não haver cura, os medicamentos anti-retrovirais existentes fazem diminuir muito o número de vírus no corpo, o que permite viver durante décadas com o vírus.
No final de 2013, existiam 35 milhões de pessoas com este vírus, segundo as contas da Organização Mundial da Saúde. Muitas delas sem acesso aos medicamentos, principalmente na áfrica subsariana. Todos os anos, dois milhões de pessoas são infectadas pelo VIH. E, por ano, estima-se que sejam gastos cerca de 20.000 milhões de euros no mundo inteiro para o tratamento de pessoas com o VIH e sida.
“Criar uma vacina eficaz contra o VIH representa um dos maiores desafios biológicos para esta geração”, considera Robin Shattock, coordenador do Iniciativa Europeia da Vacina da Sida (EAVI2020, sigla em inglês), e professor no Imperial College. Naquele instituto, a equipa vai estudar a resposta imunitária de pessoas saudáveis a potenciais vacinas para o VIH, analisando depois como se dá a produção dos anticorpos contra o vírus. Desta forma, poderão avaliar quais são os melhores candidatos a vacina.
“Agora, sabemos muitos mais sobre como os humanos desenvolvem respostas imunitárias protectoras e como devemos estruturar os candidatos a vacinas”, diz Robin Shattock, citado num comunicado da sua instituição, acrescentando que o consórcio permitirá reunir o conhecimento de especialistas em diferentes áreas e acelerar os ensaios clínicos.