Cavaco “está a distorcer” a interpretação da Constituição, acusa Edgar Silva

Candidato presidencial do PCP defendeu a regionalização em Beja.

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Edgar Silva saliente que o seu opositor de direita "sempre esteve e está umbilicalmente ligado a todas as políticas que PSD e CDS impuseram” Daniel Rocha

Na Constituição da República portuguesa “está claro que não compete ao presidente da República definir as políticas do Governo” vincou esta sexta-feira ao final do dia, em Beja, o candidato do PCP às próximas eleições presidenciais.

Edgar Silva não poupou nos adjectivos para visar o comportamento do presidente da República, frisando que “roça o antidemocrático” quando faz “juízos de legitimidade” sobre alguns partidos e quando “tenta ditar condições ao parlamento” para o “impor o seu Governo ao país”.

A Constituição da República é, e será, assumidamente, o elemento central do discurso e da campanha de Edgar Silva, profusamente realçada no que considera ser a matriz e o elemento condutor da sua campanha eleitoral, a par da “afirmação dos valores de Abril”.  

E, neste sentido, acusa Cavaco Silva de “estar a distorcer a interpretação do texto constitucional” quando deveria ser o “garante da soberania”. No entanto, “ele está mais interessado sobre o que pensam os mercados do que poderão pensar milhões de portugueses”, observa Edgar Silva.

O candidato vindo da Madeira visou outros candidatos à presidência da República que “dizem conhecer a constituição de trás para frente e de frente para trás” - uma referência a Marcelo Rebelo de Sousa, que é constitucionalista -, para dizer que a sua candidatura é diferente: “Assumimos que a cumpriremos e faremos cumpri-la”, precisa. 

Ao invés de “afrontar” a Constituição, Cavaco Silva deve proporcionar “todas as condições” para que sejam os deputados a encontrar as maiorias sustentáveis de Governo, salientou Edgar Silva, aproveitando a sua deslocação a Beja para falar de outra exigência expressa na constituição: a criação das regiões administrativas.

O candidato comunista recordou a cerca de duas centenas de apoiantes, reunidos na Casa da Cultura em Beja, que o Alentejo foi a única região do país a votar maioritariamente a assumpção deste desígnio constitucional, que disse querer ver cumprido.

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