Primeira saída de José Sócrates foi para visitar Mário Soares

Depois de ter sido colocado em liberdade na sexta-feira, José Sócrates escolheu visitar Mário Soares, o seu "melhor amigo" ao longo dos últimos meses

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Fotos: Miguel Manso
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Restituído à liberdade na sexta-feira, depois de 11 meses preso, o ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates saiu pela primeira vez de casa este sábado para visitar o antigo Presidente da República Mário Soares. Pouco passava das 13h quando o arguido da Operação Marquês deixou a Rua Abade Faria, em Lisboa, em direcção ao Campo Grande, onde mora Mário Soares. 

José Sócrates saiu de casa à hora dos noticiários televisivos, sorridente, mas foi parco em declarações. Já sem o peso da vigilância policial a que esteve sujeito durante os mais de 40 dias de prisão domiciliária, explicou que esta foi uma visita carregada de simbolismo: quis agradecer o apoio do fundador do PS, uma das pessoas que mais vezes o visitou, o seu “melhor amigo” ao longo deste período penoso.

Seguido por um batalhão de jornalistas, antes de conseguir entrar no automóvel conduzido por um motorista de Mário Soares, escusou-se a fazer qualquer comentário sobre o processo judicial , mas prometeu falar “a seu tempo”. “Não há declarações a fazer por enquanto, mas ele falará em breve, saberão na altura”, disse ao PÚBLICO Nuno Fraga Coelho, assessor de imprensa dos advogados de José Sócrates. 

De tarde, o ex-primeiro-ministro recebeu a visita de Lígia Correia, antiga secretária de gabinetes de outros governantes socialistas, e esteve reunido com um dos seus advogados, Pedro Delille. 

A hora que permaneceu em casa de Mário Soares serviu para lhe retribuir “todo o companheirismo” demonstrado. "Venho estender-lhe a mão para que ele saiba que foi o meu melhor amigo ao longo destes meses", justificou, enfatizando que “uma única visita não pagará tudo”.

Mário Soares tem sido, de facto, uma presença assídua e um defensor de José Sócrates desde a primeira hora. Pouco tempo após a sua detenção, em Novembro do ano passado, declarava já, efusivo, que acreditava nele, e não demorou muito tempo a assinar um artigo intitulado “O meu amigo Sócrates”. No artigo, publicado num jornal diário, reclamava a intervenção de Cavaco Silva e desafiava-o a pronunciar-se sobre a situação. 

José Sócrates entrou na cadeia de Évora a 25 de Novembro de 2014, depois de vários interrogatórios que se seguiram à sua detenção no aeroporto de Lisboa, vindo de Paris, no âmbito da Operação Marquês. Indiciado por crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção passiva, José Sócrates foi o último dos nove arguidos deste processo a sair da cadeia.

Estava desde 4 de Setembro em prisão domiciliária na Rua Abade Faria, a casa da ex-mulher para onde foi morar depois de ter vendido o apartamento de luxo que tinha na Rua Braancamp.

Em causa neste inquérito está uma verba de cerca duas dezenas de milhões de euros encaminhadas para contas do empresário Carlos Santos Silva, na Suíça, que, segundo o Ministério Público, serão do ex-primeiro-ministro e terão sido amealhadas através de subornos.

O procurador Rosário Teixeira sustenta que 12 milhões de euros terão sido pagos para Sócrates favorecer o empreendimento turístico de Vale do Lobo, em Loulé, ao consagrar na alteração do Plano de Ordenamento do Território para o Algarve de 2007, um regime de excepção que terá ido ao encontro dos interesses dos promotores do empreendimento.

Sócrates entrou na cadeia de Évora a 25 de Novembro de 2014, depois de vários interrogatórios que se seguiram à sua detenção no aeroporto de Lisboa, vindo de Paris, no âmbito da Operação Marquês. Indiciado por crimes de fraude fiscal qualificada, branqueamento de capitais e corrupção, o ex-governante, foi o último dos nove arguidos deste processo a sair da cadeia. Estava desde 4 de Setembro em prisão domiciliária na Rua Abade Faria, a casa da ex-mulher para onde foi morar depois de ter vendido o apartamento de luxo que tinha na Rua Braancamp.

Em causa neste inquériro está uma verba de cerca duas dezenas de milhões de euros encaminhadas para contas do empresário Carlos Santos Silva, na Suíça, que segundo o Ministério Público serão do ex-primeiro-ministro e terão sido amealhadas através de subornos. O procurador Rosário Teixeira sustenta que 12 milhões de euros terão sido pagos para Sócrates favorecer o empreendimento turístico de Vale do Lobo, em Loulé, ao consagrar na alteração do Plano de Ordenamento do Território para o Algarve de 2007, um regime de excepção que terá ido ao encontro dos interesses dos promotores do empreendimento.

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