Pinto Balsemão exige 50 mil euros a Silva Carvalho por devassa da vida privada

Caso envolvendo líder da Impresa vai ser discutido no julgamento das secretas.

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Francisco Pinto Balsemão, presidente da Impresa Foto: Enric Vives-Rubio

Em 2012 foi encontrado no computador deste último um relatório contendo as mais variadas informações sobre a vida pública mas também privada do antigo primeiro-ministro: nome dos filhos, dos amigos e até dos inimigos, entre outros dados – incluindo rumores com pormenores sórdidos. Partes do documento acabaram na Internet e nalguns jornais.

Balsemão, que apresentou uma queixa-crime por devassa e anunciou que entregaria a indemnização que viesse a receber a uma instituição de solidariedade, enquadra o sucedido nas tentativas da Ongoing de se apoderar da Impresa.

O processo acabou por ser apensado ao chamado processo das secretas, no qual o ex-director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa responde por violação do segredo de Estado, e corrupção, entre outros crimes. O julgamento está a decorrer no Campus da Justiça de Lisboa e as testemunhas do caso que envolve Balsemão deverão começar a ser ouvidas ainda este mês. Mário Soares, Aguiar-Branco e Bagão Félix são três das personalidades que depuseram por escrito em abono do líder da Impresa. E se tanto as declarações de Soares como as Aguiar-Branco são de carácter genérico, destacando o papel exemplar de Balsemão no panorama nacional ao nível cívico e empresarial, já Bagão Félix condena com veemência o que se passou, incluindo os tweets postos a correr por funcionários da Ongoing sobre o antigo primeiro-ministro colocando em causa a sua capacidade de gestão e levantando suspeitas sobre o funcionamento da Impresa. Bagão Félix apelida os métodos usados pela Ongoing de soezes, irresponsáveis e cobardes. “O respeito pelas regras legais foi absolutamente menosprezado em função de interesses particulares ou secretistas”, observa.

Os advogados de Silva Carvalho alegam que a informação sobre o fundador do PSD foi compilada apenas com recurso à Internet, não havendo indícios de ter sido o seu cliente quem mandou reunir os dados sobre o patrão da Impresa. Dizem que a mera posse do relatório por Silva Carvalho não era susceptível de prejudicar Balsemão. À cautela, contestam também o valor da indemnização pedida: consideram-na demasiado alta.

 

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