Oito militares hospitalizados após lesões no curso de Comandos
Estão em causa lesões nos rins e fígado e dois militares continuam nos cuidados intensivos do Hospital das Forças Armadas. Responsáveis pela formação mantêm-se em funções, enquanto decorre averiguação interna.
De acordo com aquele porta-voz do Exército, os recrutas estão internados desde 2 de Outubro no Hospital das Forças Armadas, em Lisboa. Dois deles continuam nos cuidados intensivos, depois de terem participado a 29 de Setembro num exercício de formação do curso. A um destes militares foi feito um diagnóstico de rabdomiólise, uma lesão muscular que afectou as funções renais, enquanto ao outro foi detectado um pneumotórax. Entre o incidente e o internamento no hospital, os militares estiveram "em recuperação na enfermaria de campanha e dispensados das outras actividades de instrução", adiantou o tenente-coronel. Foi quando regressaram ao Regimento dos Comandos, na Carregueira, que o médico desta unidade decidiu que os recrutas deveria afinal ser evacuados para o hospital. Estão agora, porém, "livres de perigo", sublinhou o porta-voz.
Os restantes seis recrutas, que “recuperam de lesões traumáticas ligeiras”, “estão evoluir bem” e deverão “em breve voltar ao regimento”, acrescentou o responsável. De acordo com as últimas informações do Exército, estes recrutas estão a recuperar "de lesões inflamatórias da pele e tecidos subcutâneos (resultantes de pequenas feridas na pele e infecção por agentes exteriores), resultantes das actividades de instrução".
A notícia foi avançada esta sexta-feira pelo Correio da Manhã, dando conta de que os militares apresentavam lesões nos rins e no fígado e de que decorria uma investigação. O tenente-coronel assegura, porém, que a “Polícia Judiciária Militar não está a investigar esta situação”. Segundo o responsável, decorre apenas uma averiguação interna “que está a ser dirigida por um oficial do Regimento dos Comandos exterior à instrução de que resultou esta situação”.
Questionado sobre se já foram apurados indícios relativos a eventuais agressões, o porta-voz remeteu mais esclarecimentos sobre o “nexo de causalidade” para mais tarde, “quando o processo de averiguações estiver terminado”. Garantiu ainda que os oficiais responsáveis pela formação continuam em funções e que a instrução prossegue com 70 recrutas.