Álvaro Beleza: “Sou candidato”

Críticos da actual liderança passam ao ataque. Ex-director de campanha de Costa defende “salto geracional” na liderança do PS caso Costa decida afastar-se

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Ex-dirigente do PS anunciou a sua intenção de candidatura no Facebook Nuno Ferreira Santos

O anúncio do médico acontece perante o silêncio do eurodeputado Francisco Assis. O parlamentar europeu socialista, que disputou a liderança a António José Seguro e depois o apoiou quando António Costa desafiou Seguro nas primárias do PS, impôs-se um tabu sobre os resultados eleitorais deste domingo. Ao que o PÚBLICO apurou, Assis não estará sequer presente na reunião da comissão política desta terça-feira, viajando para Bruxelas ainda esta segunda-feira.

O problema de Assis é que as movimentações internas ganham velocidade a cada hora que passa. De acordo com vários dirigentes distritais e locais do PS, já estão marcadas “reuniões oficiais e para-oficiais em quase todos os distritos hoje à noite”, para preparar uma estratégia para a comissão política que se aproxima.

Enquanto Assis permanece em “reflexão” sobre que “Costa ficou depois destas eleições” – conforme explicou um militante próximo do eurodeputado –, Álvaro Beleza trabalha já para arregimentar os descontentes com António Costa. Nas contas dessa revolta entram as estruturas onde o segurismo mantém ainda algum poder. E há militância potencial, asseguram os desafiadores da actual liderança, em Setúbal, Leiria, Santarém, Bragança, Braga, Porto e Coimbra.

Entretanto, as brechas vão surgindo até do lado de António Costa. O seu ex-director de campanha e cabeça de lista por Vila Real, Ascenso Simões, depois de elogiar a decisão do secretário-geral  de se manter no cargo, na rede social Facebook, admitia a possibilidade do actual líder poder vir a “identificar razões de saída, agora ou mais tarde”. E aí, rematava, O PS “não devia caminhar para a estagnação”, apostando num “salto geracional sem qualquer medo”: “O PS tem muitos quadros que, na casa dos 40 anos estão em condições que seguir o caminho. Só lhes falta largar as fraldas e assumir o combate. A minha geração, como as anteriores, devem estar em condições de se afirmarem secundárias.”

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