Costa e Passos travam duelo que pode influenciar indecisos

Debate de 2011 entre Sócrates e Passos Coelho deu vantagem ao PSD.

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O debate realiza-se no Museu da Electricidade em directo para os três canais abertos Enric Vives-Rubio

Essa influência foi visível em 2011 no debate entre o líder do PS – o então primeiro-ministro José Sócrates – e o presidente do PSD, Passos Coelho. Na primeira sondagem PÚBLICO/TVI/Intercampus realizada após o duelo televisivo, o PSD registou uma subida nas intenções de voto.

Foi um debate tenso dominado pelo passa culpas da crise financeira e política que o país vivia na altura. Passos Coelho acusava o então líder do PS de ter levado o país ao estado de “quase bancarrota”, enquanto Sócrates criticava as propostas sociais-democratas por colocarem em causa o Estado social. Com a troca de um dos protagonistas, este argumentário quase podia ser repetido esta noite.

Com a classe média como alvo principal, os dois candidatos a primeiro-ministro devem querer deixar claras as posições que têm assumido nos discursos das últimas semanas. Um dos temas incontornáveis é o das pensões. A coligação PSD/CDS propõe uma poupança de 600 milhões de euros no sistema de Segurança Social, com a garantia de que não será feito um corte directo nas pensões em pagamento por impossibilidade constitucional. Essa poupança poderá ser feita pela via da receita, mas a coligação não revela como se concretizará. 

O líder do PS, por seu turno, deverá aproveitar este ponto para fazer notar a intenção (escondida) da coligação PSD/CDS em cortar pensões no futuro. Costa propõe até um corte temporário nos descontos para a Segurança Social como forma de estimular o consumo interno, que permite gerar investimento e emprego. É portanto a base do seu modelo de desenvolvimento.

O desemprego e a leitura dos números devem ser outros dos temas fortes do duelo televisivo, sem esquecer o fantasma de Sócrates que pode pairar no debate e que pode ser um risco para António Costa. Já sobre o pós-eleições, os candidatos deverão ter de responder sobre os cenários de governo e de possíveis alianças para corresponder ao apelo do Presidente da República sobre a necessidade de formar um governo estável. 

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