Festivais de Verão, feiras e summer camps, o roteiro alternativo de Costa
Esteve em Sines, passou pela Figueira da Foz e regressou a Paredes de Coura. Nos meses de Verão, o candidato a primeiro--ministro do PS foi ao encontro dos eleitores nas suas férias.
Nos cartazes que o PS distribuiu pelo país, é a cara da candidato a primeiro-ministro que surge. O candidato que desde o início do Verão anda pelo país, indo ao encontro dos eleitores onde estes gozam as suas férias.
É por isso que o líder socialista se desdobrou entre Julho e Agosto por feiras, festas e lotas, como é hábito em ambiente pré-eleitoral. Mas António Costa não se limitou ao roteiro habitual dos partidos. No espaço de algumas semanas passou por três dos festivais de Verão que animaram as férias portuguesas. O roteiro de Verão termina este fim-de-semana na praia de Santa Cruz, Torres Vedras, onde a Juventude Socialista organiza o Young European Socialists (YES) Summer Camp. E que alia diversas actividades lúdicas (como concertos) à praia e a um programa de debate político.
Fê-lo para “contactar com mais gente”, explicou ao PÚBLICO o assessor David Damião. Aquando da sua passagem pelo Sunset SOMNII, Costa falou também na necessidade de atrair os mais jovens para a política. Duarte Cordeiro, o director da campanha socialista, acrescentou ainda que os festivais de Verão eram o local ideal para o “contacto directo com milhares de pessoas”.
A direcção da campanha foi seguindo e documentando essas passagens. Nem todas, no entanto. Em Paredes de Coura, Costa quis andar sozinho sem jornalistas e máquinas fotográficas. Para “privilegiar o contacto”, foi pedido que não o seguissem no recinto. E assim deixando o candidato à vontade com os festivaleiros e as suas selfies.
A estratégia parte da própria disponibilidade do candidato “Isto não é uma novidade para António Costa, ele aprecia estes eventos de grandes massas”, assegura Duarte Cordeiro antes de lembrar que já no passado o líder socialista tinham ido a Paredes de Coura.
Ao mesmo tempo essas deslocações ajudam a aferir a aceitação do eleitorado à candidatura “Serve também para medir a simpatia”, reconhece Duarte Cordeiro.
A estratégia é fazer brilhar Costa, que é visto como a arma não tão secreta do PS. “Nós temos uma mais-valia muito grande que é o António Costa”, assegura Duarte Cordeiro.
A ideia é para continuar. “O futuro da campanha vai ter de ser a rua”, garante Duarte Cordeiro. Para a campanha eleitoral, explica o director, “queremos o PS na rua e quisemos dar o exemplo com António Costa”.
A intenção, portanto, é marcar a diferença em relação à direita. David Damião assinalou isso mesmo quando disse que o líder do PS preferia “não estar fechado em conferências e colóquios”. Uma referência indirecta à Universidade de Verão do PSD.
E a campanha oficial vai tentar manter essa marca. Duarte Cordeiro promete “elementos inovadores” para as duas semanas pré-eleitorais. Mesmo sem querer concretizar, vai ao passado de António Costa para exemplificar. “Foi ele que pensou na história da corrida entre o burro e o Ferrari [quando concorreu e foi derrotado na corrida à câmara de Loures] ou durante as últimas autárquicas em que durante 2 ou 3 dias só podíamos [os candidatos do PS] usar transportes públicos.”
Desta vez, a meta é São Bento e os temas de campanha bem mais abrangentes. E assim, o potencial para ideias “fora da caixa” vai mesmo do burro ao comboio.