Inspecção continua a investigar alegado desvio de helicóptero no INEM
O ministro da Saúde mandou recolher mais informações sobre o suposto desvio de um helicóptero do INEM . As outras investigações não detectaram irregularidades e foram arquivadas.
As questões mais polémicas em investigação pela IGAS prendiam-se com as denúncias de alegado favorecimento por parte do presidente do INEM, que tem tido um mandato atribulado desde a tomada de posse. No início deste ano, recorde-se, foi denunciado que uma ambulância que transportava uma doente prioritária teria sido sido desviada para que a sua mulher (que faz turnos como enfermeira da viatura de emergência de Gaia) entrasse a horas no hospital desta cidade nortenha, onde trabalha. A IGAS concluiu que não havia provas e arquivou este caso.
Estes são os resultados da investigação levada a cabo pela IGAS que, no entanto, ainda vai ter que recolher mais informações sobre uma outra denúncia de actuação supostamente irregular do presidente do INEM – que foi acusado de ter ordenado o transporte de helicóptero de uma doente que estava num processo terminal, apesar de o hospital em causa não o ter solicitado.
O Jornal de Notícias adianta esta sexta-feira que a IGAS "encontrou irregularidades" no processo de accionamento deste helicóptero, mas o Ministério da Saúde diz que "não confirma" e que apenas revelará o conteúdo da inspecção quando esta estiver concluída. A assessoria de imprensa do INEM limita-se a dizer que o presidente Paulo Campos "não comenta o que desconhece". Em causa está uma transferência de helicóptero, do hospital de Cascais para o de Abrantes, de uma doente que o presidente do INEM terá visitado na qualidade de amigo da família, autorizando de seguida a sua transferência de por esta via, apesar de o hospital de Cascais supostamente não ter pedido qualquer transporte.
Sobre esta matéria, a IGAS alegou não ter sido possível recolher uma série de de informações. Face a este resultado, o ministro Paulo Macedo mandou que a investigação prosseguisse para poder decidir o que fazer em relação ao presidente do INEM, o médico e major Paulo Campos, s eo demite ou não. Nas últimas semanas, o ministro Paulo Macedo tinha vindo a anunciar que se ia pronunciar em breve sobre as recomendações da IGAS, mas agora será necessário aguardar pela apresentação de novos dados.
Quanto às conclusões da sindicância à gestão dos recursos humanos, a IGAS frisa que, depois de analisar o funcionamento e a organização deste departamentos e também o de gestão financeira, "não resultaram quaisquer indícios da prática de condutas que consubstanciem infracções disciplinares" por parte dos trabalhadores.
O conselho directivo do INEM tinha instaurado um inquérito à actuação do departamento de gestão de recursos humanos para averiguar precisamente a eventual existência de infracções relacionada com saldos de horas e folgas, feriados e compensações, entre outras coisas. Sobre esta matéria, a IGAS nota apenas que a falta de um dirigente intermédio de 1.º grau "potencia a desresponsabilização dos trabalhadores".
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