Estado Islâmico apela à revolta contra o "satã" Erdogan
Presidente turco visado por vídeo da organização jihadista. Eleições na Turquia cada vez mais prováveis.
Criticam-no por ter aberto as "bases turcas aos cruzados" – ou seja, aos Estados Unidos – para lutarem contra a organização jihadista que controla grandes porções de território no Iraque e na Síria, escreve o jornal El País. "Seguindo as ordens do emir dos crentes Abu Bakr al-Bagdadi, conquistaremos Istambul, que o traidor Erdogan quer entregar aos cruzados", afirma um homem de barba grisalha.
O Governo turco diz que mil dos seus cidadãos se terão juntando ao autoproclamado Estado Islâmico, mas outras fontes estimam que esse número possa alcançar os 7000.
Após vários anos de passividade perante as actividades dos grupos fundamentalistas junto à sua fronteira Sul, utilizada para se infiltrarem na Síria, o Governo turco mudou recentemente de política, após o atentado de 20 de Julho em Suruç, que vitimou activistas curdos. Mas não elegeu como alvos apenas os jihadistas: virou-se também contra os curdos, que têm sido a força no terreno mais activa no combate ao avanço do Estado Islâmico.
Esta nova atitude belicista turca, no entanto, está a ser vista como uma forma de reconstituir o apoio ao partido do Governo e do Presidente Erdogan, o AKP, que nas eleições de Junho não conseguiu uma maioria suficiente para formar novo Executivo sozinho.
Há um prazo limite estabelecido pela Constituição para tentar formar governo, que termina a 23 de Agosto, e tudo indica que Erdogan vai convocar novas eleições. Esta quarta-feira, disse-o de forma mais ou menos clara: "A Turquia avança rapidamente para eleições", disse numa reunião com eleitos locais, no seu palácio em Istambul.